31 março 2004
Metano em Marte
Parece que a sonda Mars Express detectou a presença de metano na atmosfera de Marte. A percentagem detectada é muito baixa, mas a confirmar-se é uma descoberta importante. A sua detecção é no mínimo estranha, pois trata-se de uma molécula que reage com iões de hidróxilo (OH) para formar água e dióxido de carbono acabando assim por desaparecer de forma natural. Ora se lá está, isto significa que tem que haver uma fonte que forneça metano para a atmosfera. Uma hipótese é que seja actividade vulcânica, coisa que até agora não foi detectada, a outra é que seja metano proveniente de actividade biológica. Ora como as vacas na Terra são boas produtoras de metano é possível que em Marte estejamos perante um caso semelhante.


 
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29 março 2004
A caminho das montanhas
O Spirit está a caminho das Columbia Hills. A mais próxima fica a 2,3 km do sítio do rover. Calcula-se que demore entre 2 a 3 meses a chegar lá. Vamos ver se aguenta a viagem.

 
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26 março 2004
A ler
O número de Maio da revista Sky and Telescope traz um novo grafismo e secções renovadas. Na capa como não podia deixar de ser uma imagem do rover em Marte.
 
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24 março 2004
Um rover passeando pela praia?
A notícia foi divulgada ontem. Parece que o Oportunidade anda a passear por uma antiga praia marciana. O cenário é baseado em certos padrões que foram encontrados em duas rochas do afloramento. Em "Upper Dells" e "Last Chance" foram observados estratos muito finos de material sedimentar que apresentam uma forma de distribuição ondulada. A interpretação para este tipo de forma é que os sedimentos em questão foram depositados por água corrente em camadas onduladas. Na Terra, este tipo de estratos vê-se muito em rochas à beira-mar. Sendo assim, parece credível que a planície onde está o rover tenha sido em tempos um mar salgado. A rocha na imagem mostra esse tipo de estratos.


 
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23 março 2004
Paisagem desoladora
Nunca pensei que a paisagem fosse tão desoladora neste sítio de Marte. Não se vê viva alma.

 
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Um rover que gosta de buracos
Ontem, o Oportunidade saiu finalmente do buraco onde estava desde Janeiro e andou 9 metros cá fora.
No entanto, vai nos próximos tempos para outra cratera a cerca de 700 metros de distância. Digamos que é um rover que gosta de buracos. A imagem mosta o buraco que deixou para trás. Acho que ele gostou de lá estar. É com uma lágrima no olho que se despede. Passou bons tempos lá dentro entretido nas suas pesquisas. Fica a saudade desses tempos. Que os bons ventos te acompanhem. Bon Voyage.

 
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Uma ideia original
Uma loja de T-shirts nos EUA arranjou um boneco original para estampar na camisola. Se quiserem comprar custa só 17 dólares.

 
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19 março 2004
Astronomy

O número da Maio da revista Astronomy promete. Além de dois artigos sobre cometas traz outro sobre a missão dos rovers em Marte. A não perder.
 
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Um rover para brincar
Depois do rover da Lego, temos agora uma réplica mais perfeita com uma base marciana. Está à venda por 170 dólares no SpaceToys.

 
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Os mirtilos
A imagem em cores falsas mostra pequenas esferas numa rocha do afloramento semelhantes a bagas ou mirtilos, que o Oportunidade está a estudar. Há indícios de que tenham na sua composição hematite um mineral de ferro que se forma habitualmente na Terra na presença de água. Pensa-se mesmo que este tipo de bagas esteja espalhado não só na cratera onde está o rover como também fora dela.

 
posted by Jose Matos at 18:56 | Permalink | 0 comments
18 março 2004
Com a cabeça na Lua
Uma das coisas que fiz nos últimos dias e que está agora on-line. Com a devida vénia ao Moliceiro aqui fica a foto.

 
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17 março 2004
Há ou não um novo planeta?
Para quem não percebe nada de planetas esta questão do Sedna pode confundir um pouco a cabeça. Por isso, convém dizer o seguinte. Para além de Plutão não há apenas espaço vazio. Um anel e uma concha de mundos gelados habita o espaço além do último planeta. Conhecidos como corpos transneptunianos fazem parte da chamada cintura de Kuiper, um anel de corpos escuros e núcleos cometários, situado entre a órbita de Neptuno e a nuvem de Oort. Centenas desses corpos têm sido detectadas ultimamente a partir da Terra e há cálculos que apontam para a existência de cem mil corpos com diâmetros superiores a 100 quilómetros, neste anel de matéria, que dista Sol 6 mil milhões de quilómetros. Tudo indica que estes corpos são os restos de uma vasta população de objectos que existia na zona de Neptuno antes da sua formação e que podia ter dado origem a um décimo planeta. No entanto, quando Neptuno se formou, varreu com eles todos, dando origem à cintura de Kuiper, num processo semelhante ao que Júpiter fez na cintura de asteróides. Plutão, Caronte e Tritão, seriam exemplares maiores destes corpos, que foram impedidos de crescer devido à gravidade de Neptuno, que certamente os perturbou fazendo com que colidissem violentamente com outros corpos, impedindo assim o seu crescimento através de colisões suaves. Quanto ao Sedna seria um corpo da nuvem da Oort, pois a sua distância ao Sol aponta para o facto de não ser um corpo da cintura da Kuiper. Está demasiado longe para isso. Portanto, a sua descoberta pode implicar a existência de uma faixa mais interna na nuvem de Oort, mas ainda é cedo para dizer se é assim ou não.
Mas esta provável relação de parentesco entre Plutão e os corpos da cintura Kuiper, tem gerado polémica, com numerosas pessoas a sustentarem que Plutão não devia ser considerado um planeta, mas sim um corpo transneptuniano. A sua órbita em volta do Sol é tão excêntrica que, para alguns astrofísicos, deveria ser considerado simplesmente mais um objecto da cintura de Kuiper. As discussões a este respeito têm sido grandes, mas quem define se um corpo é ou não é planeta é a União Astronómica Internacional. E para acabar com polémicas a organização emitiu um comunicado em Fevereiro de 1999, onde dizia claramente que Plutão continuava a ser considerado um planeta. Mas a descoberta nos últimos tempos de corpos transneptunianos com diâmetros na casa dos mil e mesmo dos 2 mil quilómetros está novamente ameaçar o estatuto de Plutão como planeta. É perfeitamente possível que venha mesmo a ser descoberto um do tamanho de Plutão. E aí Plutão pode passar à história como o único planeta que deixou de ser planeta. É esta polémica que está agora na ordem do dia com a descoberta de Sedna. Será que vamos considerar este corpo o 10º planeta do sistema solar como se diz por aí ou vamos acabar com o estatuto de Plutão. É isto que a União Astronómica Internacional vai ter que decidir nos próximos anos.
 
posted by Jose Matos at 18:31 | Permalink | 0 comments
O 10º planeta?
A notícia espalhou-se num instante. Fala-se que foi descoberto o 10º planeta do sistema solar. É claro que há aqui um certo exagero, pois não se trata propriamente de um planeta, mas sim de um corpo transneptuniano. Só que este parece ter entre 1125 e 2250 quilómetros de diâmetro, ou seja, é quase do tamanho de Plutão na estimativa mais optimista. E há até quem pense que Sedna pode ser maior do que Plutão, embora isso seja outro exagero extremamente improvável. Seja como for a sua descoberta vem novamente pôr em causa o estatuto de Plutão como planeta.


 
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11 março 2004
Finalmente Bonneville
Depois de ter alcançado a marca dos 300 metros, o Espírito chega finalmente a Bonneville. É um linda cratera como podem ver. Aqui o rover terá acesso a rochas do subsolo do planeta que ficaram expostas durante o impacto. Isto se elas estiveram lá à nossa espera coisa que ainda não sabemos?

 
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10 março 2004
O campo profundo do Hubble
O Hubble mostra-nos um dos retratos mais profundos do Universo. Na imagem podemos ver as primeiras galáxias que emergiram da chamada "Idade das Trevas". Esta idade sucede à era da radiação e é um período de tempo na história do Universo onde não há praticamente nem estrelas nem galáxias, pois estavam a formar-se. As galáxias que vemos surgiram nessa época remota. A imagem contêm cerca de 10 mil galáxias. É de perder de vista.

 
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09 março 2004
A caminho de Bonneville
O Espírito continua a sua caminhada rumo a Bonneville. E pelo caminho vai tirando fotos como esta.

 
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07 março 2004
Estrela Van Gogh
Uma estrela à Van Gogh. Já agora vejam o artigo da Teresa Firmino no Público.

 
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04 março 2004
Waiting for the moon
Waiting for the Moon

We know this place... where we are... doesn’t matter
We know this place, we’ve been here before

The stars are out waiting for the moon
The stars are out waiting for us

Pull the blanket now, creep down the stairs
Don’t wake the little ones, the lazy cats, the mice are in their homes

The stars are out waiting for the moon
The stars are out waiting for us

Ease this raging mind, this raging love
Sometimes it feels like a knife, but not tonight
Sometimes it turns like a knife in me, not tonight

The stars are out waiting for the moon
The stars are out waiting for us

Tindersticks
 
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03 março 2004
As 4 provas da NASA
Os indícios colhidos pelo Oportunidade a favor da existência de água em Marte resumem-se no fundo a 4 tipos de dados colhidos pelo rover. De salientar que estas pistas foram todas recolhidas no domínio da análise espectral e com o microscópio de imagem (MI). Este último está mesmo a revelar-se um instrumento fantástico na análise de rochas. Começo a gostar mais dele do que de todos os outros.

1- O espectrómetro de raios-X detectou uma concentração elevada de enxofre e de bromo numa das rochas do afloramento que está a ser estudado pelo rover. A rocha McKittrick apresenta de facto concentrações mais elevadas destes elementos em comparação com uma amostra de solo. Os dados recolhidos por este espectrómetro e pelo mini-TES sugerem que o enxofre se encontra sob a forma de sais de sulfato (semelhante a sal de Epson; sulfato de magnésio). Uma rocha próxima desta (Guadalupe) mostrou igualmente concentrações elevadas de enxofre, mas não de bromo. Este tipo de "fracionamento de elementos" acontece habitualmente quando água extremamente salgada evapora lentamente e deixa para trás várias combinações de sais que vão depois precipitar-se em seqüência. Na Terra, pedras que possuem concentrações semelhantes de sais ou se formaram em contacto com água ou, depois da formação, foram expostas ao precioso líquido.

2- O espectrómetro Mossbauer do rover descobriu jarosite na rocha “El Capitan”, um mineral de sulfato de ferro hidratado que pode ter surgido nesta rocha devido ao facto de ela ter passado muito tempo num lago ácido ou então num ambiente de fontes termais ácidas.

3- Imagens da câmara panorâmica (PANCAM) e do microscópico de imagem (MI) mostram na textura de “El Capitan” muitos buracos estreitos e esguios. Estes buracos aparecem na Terra quando minerais de sal cristalizam na matriz das rochas ficando lá a sua marca quando estes são dissolvidos ou erodidos.

4- O MI revelou em “El Capitan” pequenas esferas semelhantes a “mirtilos” que parecem se ter formado nesta rocha por acumulação de minerais provenientes de uma solução originária de uma rocha porosa e húmida. O tamanho do grão da matriz da rocha à volta destes “mirtilos” é ligeiramente diferente do que no resto da rocha, o que parece indicar uma reacção produzida por um fluido entre a matriz envolvente e as próprias esferas.
 
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02 março 2004
Água em Marte
Com grande espalhafato a NASA anunciou a descoberta de indícios fortes de água na cratera onde aterrou o Oportunidade. Podem ver a notícia.

 
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A galáxia mais distante
A galáxia mais distante detectada até hoje. A luz dela demorou 13 230 milhões de anos a chegar à Terra. Vejam a notícia. Mais uma vez o comunicado de imprensa confunde distância com tempo. Ou seja, diz que a galáxia está a 13,2 biliões de anos-luz, quando na verdade esse é o tempo que a luz demorou a chegar à Terra. Na verdade, a galáxia está hoje em dia muito mais longe do que isso, pois enquanto a luz viajava, o espaço esticou. Deve estar hoje a mais de 18 mil milhões de anos-luz.
 
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Partida
E a Roseta lá partiu rumo ao desconhecido. Eram 7h17 da manhã em Portugal quando o Ariane ligou os motores. Vai demorar 10 anos a chegar ao seu objectivo. Em Agosto de 2014 atingirá o cometa. Estarei velho quando ela lá chegar. Velho e acabado. Como eu muitos dos engenheiros da missão já estarão reformados nesse futuro distante. E o dia da partida não passará de uma vaga lembrança. Esperemos que ela aguente a viagem. Bon voyage.

 
posted by Jose Matos at 16:40 | Permalink | 0 comments
01 março 2004
Um Plutão pequenino
Foi descoberto mais um objecto transneptuniano, só que desta vez parece tratar-se de um novo recordista. Com base no brilho do objecto e na distância parece que este novo corpo tem 1600 km de diâmetro. Qualquer dia temos um do tamanho de Plutão. Vejam a notícia.

 
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