31 janeiro 2006
Ainda o Challanger
O Rui Barbosa (sempre atento) mandou-me um comentário em relação ao meu post sobre o Challanger. Os reparos que faz têm razão de ser.

Só um comentário ao post no teu blog sobre o desastre do Challenger. Na realidade o Challenger não explodiu e é essa é uma concepção errada que ficou do acidente.

R- Reconheço que existe essa concepção, embora nestas coisas o nosso comentário seja sempre genérico.

O vaivém espacial Challenger foi destruido aos 73 segundos de voo pelas forças aerodinâmicas resultantes da expansão dos gases originados pela falha estrutural do tanque exterior de combustível líquido.

R- Concordo contigo embora durante esta fase se tenha registado também no nariz da própria nave a explosão do combustível de bordo. Mas de facto foi a pressão aerodinâmica exercida sobre a estrutura da nave que a partiu em vários bocados.

Uma concepção errada que ficou do acidente foi a de que o vaivém teria explodido, o que não é verdade. Da mesma forma não é verdade dizer que os sete astronautas morreram a quando da destruição do tanque. Na realidade a expansão dos gases que levou à destruição do Challenger em milhares de destroços, terá resultado na perda de pressurização da cabina onde se encontrava a tripulação que possivelmente terá ficado insconsciente.
No entanto é sabido que alguns sistemas de suporte de vida foram activados o que leva a supor que alguns tripulantes teriam estado conscientes logo após a destruição do tanque ou na queda para o Oceano Atlântico. O acidente ocorre a uma altitude de 14 km e a cabine da tripulação atinge os 19,8 km de altitude antes de iniciar a queda para o mar que dura 2 minutos e 45 segundos. Todas as investigações indicam que a tripulação se encontra viva na altura em que se dá o impacto nas águas do Atlântico a uma velocidade de 3222 km/h. Com a despressurização os sete astronautas teriam dificuldade em respirar e segundo o relatório da Comissão Rogers que investigou o acidente, a tripulação "...possivelmente, mas sem haver uma certeza, terá perdido a consciência". O impacto nas águas do mar resulta numa desaceleração de 200 g, esmagando a estrutura da cabina e destruindo tudo no seu interior. A cabina do Challenger pode ter sido suficientemente forte para não sofrer qualquer despressurização. No entanto caso a tripulação tenha perdido a consciência não se sabe se os astronautas poderiam ter readquirido a consciência á medida que a atmosfera se tornava mais espessa durante os últimos segundos da queda.

R- Calcula-se que sim, que a tripulação estivesse viva, mas inconsciente no momento do choque com a água a 3214 km/h. Portanto, terão morrido devido ao choque com o oceano.
 
posted by Jose Matos at 19:23 | Permalink | 0 comments
30 janeiro 2006
O homem não foi à Lua?
Uma excelente abordagem em português que desmonta as teorias da conspiração sobre o facto do homem não ter ido à Lua.
 
posted by Jose Matos at 18:02 | Permalink | 1 comments
Challanger
Já passaram 20 anos. Já passou muito tempo, mas nunca mais se esquece aquele final de dia de Janeiro e do Challanger a explodir numa bola de fogo. Parecia incrível que aquilo estivesse acontecer. A imagem era chocante, mas ao mesmo tempo inesquecível. Momentos após a explosão, um SRB descontrolado abandonava a bola de fogo com o motor ainda a queimar e os directores da missão assistiam a tudo pelos ecrãs horrorizados. É um dia que nunca mais se esquece.


Os vaivéns da NASA já tinham cumprido na altura 24 missões no espaço com uma série de êxitos e nada fazia prever que aquela tragédia pudesse acontecer. Mas aconteceu e a NASA precisou de dois anos para voltar a voar. Mas em Setembro de 88, o Discovery lá voltou ao espaço cumprindo o seu destino. Os vaivéns continuaram assim a voar cumprindo as missões para que tinham sido concebidos. Mas são coisas que ficam na memória. Não esperava era voltar a ver mais do mesmo. E o Columbia veio lembrar que o espaço continua a ser uma aventura arriscada. Foi também num dia frio de Inverno. Num dia de Sol, num dia de luz fria.

Algum tempo depois do acidente, comprei um livro sobre o Challanger do David Shayler. Só aí percebi o que tinha acontecido. Sim, porque naquele tempo não havia internet.
 
posted by Jose Matos at 17:15 | Permalink | 1 comments
27 janeiro 2006
A ver
Um curso interessante sobre astronomia e uma quantidade fabulosa de material usado numa escola sobre o sistema solar. E um amigo meu mandou-me este, muito interessante e vasto.
 
posted by Jose Matos at 19:40 | Permalink | 0 comments
Começar a observar
O Portal do Astrónomo traz no tema do mês uma série de artigos interessante para começar a observar da autoria do Guilherme de Almeida.
 
posted by Jose Matos at 17:41 | Permalink | 0 comments
25 janeiro 2006
Dois anos depois
E dois anos depois lá continuam a trabalhar, a percorrer os caminhos vermelhos de Marte.
 
posted by Jose Matos at 20:55 | Permalink | 0 comments
Mais um
A descoberta de um extra-solar com 5 massas terrestres. Um recorde até agora.
 
posted by Jose Matos at 20:53 | Permalink | 0 comments
24 janeiro 2006
A ver
Saiu em França e parece ser interessante.

 
posted by Jose Matos at 17:30 | Permalink | 0 comments
23 janeiro 2006
Nas escolas
Mais uma semana nas escolas a falar destas coisas. De outros tempos em que a Lua parecia mais perto de nós.

 
posted by Jose Matos at 16:43 | Permalink | 0 comments
21 janeiro 2006
Poeira do tempo
Há 20 anos, a Astronomy trazia na capa o Hubble e um artigo de Gary Watson sobre o sistema óptico do telescópio espacial. Quatro anos mais tarde seria lançado para o espaço. E continua por lá a mostrar-nos a vastidão.

 
posted by Jose Matos at 20:05 | Permalink | 0 comments
19 janeiro 2006
A ver
O novo site da Cidade do Espaço em França.
 
posted by Jose Matos at 13:41 | Permalink | 2 comments
18 janeiro 2006
Planetas extra-solares
Um relatório muito interessante sobre planetas extra-solares para ver aqui.
 
posted by Jose Matos at 21:08 | Permalink | 1 comments
17 janeiro 2006
Novos Horizontes
Ouve-se muito tolice sobre a missão Novos Horizontes. Hoje ouvi na SIC: " a missão vai estudar os anéis de Neptuno?" E na rádio Renascença: "a sonda vai aterrar em Plutão?".
 
posted by Jose Matos at 13:37 | Permalink | 3 comments
16 janeiro 2006
Espaço 1999
A SIC RADICAL vai transmitir o Espaço 1999. Os horarios são: Domingo 15:00h -- 3ª feira 10:00h -- 5ª feira 14:30h.
 
posted by Jose Matos at 13:55 | Permalink | 1 comments
12 janeiro 2006
Stardust
Já não falta muito para a Stardust deixar na Terra a sua preciosa carga.

 
posted by Jose Matos at 16:14 | Permalink | 0 comments
10 janeiro 2006
Galileu
Galileu morreu em Arcetri, perto de Florença, no dia 8 de Janeiro de 1642, com 78 anos, completamente cego, devido às observações que fazia das manchas solares sem protecção. Teve uma vida longa para a época em que viveu e deixou um legado maior que a própria vida.
 
posted by Jose Matos at 02:19 | Permalink | 2 comments
09 janeiro 2006
Novo Blogue
O Zé Raeiro também criou um blogue sobre astronomia. Ver aqui.
 
posted by Jose Matos at 21:48 | Permalink | 0 comments
A Polar e sua companheira
Ver aqui.

 
posted by Jose Matos at 18:55 | Permalink | 0 comments
08 janeiro 2006
Tétis
O que sabemos sobre Tétis? Como Reia, apresenta mais crateras no hemisfério posterior do que no anterior. Não há grandes assimetrias de albedo entre um hemisfério e outro, mas nota-se bem a diferença de terrenos. Uma grande cratera (Odisseus) no hemisfério posterior (400 Km de diâmetro). Noutros tempos, esta cratera deve ter sido mais funda, mas deve depois ter colapsado, devido ao nivelamento da superfície pela gravidade da lua. Enorme sistema de falhas centrado no hemisfério voltado para Saturno, que representam 5 a 10% da superfície do satélite. Pensa-se que surgiram durante o processo de solidificação e congelamento da lua, que levou à expansão da crusta e a falhas do tipo rift. Mas deixamos de pensar em tudo isto quando olhamos para esta imagem. Aqui ficamos sem palavras pela sua beleza e todas as teorias são poucas para explicar isto.

 
posted by Jose Matos at 14:51 | Permalink | 1 comments
07 janeiro 2006
Teorias estranhas
Será que uma civilização altamente evoluída criou este Universo e deixou um sinal na radiação cósmica de fundo? Dois físicos americanos publicaram há um mês atrás um artigo no Arxiv sobre esta possibilidade. Entretanto, já tiveram uma contra-resposta de dois canadianos também no Arxiv. Mas é espantoso que a discussão em cosmologia chegue a estes patamares.
 
posted by Jose Matos at 03:12 | Permalink | 1 comments
06 janeiro 2006
Colóquio
A sonda para Plutão deve só partir dia 17 deste mês, mas na próxima Quarta o observatório de Lisboa realiza um colóquio sobre o assunto.

A EXPLORAÇÃO DO ESPAÇO: SONDA "NEW HORIZONS" VISITA A PLUTÃO

11 de Janeiro de 2006 (4.ª feira) 15H00

Edifício C6, sala 6.1.36 da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, ao Campo Grande

Oradores: Alexandre Correia (Univ. Aveiro), Ana Isabel Simões (DF-FCUL), António Manuel Baptista (Academia Militar), Francisco Miguel Gonçalves (The Planetary Society), João Lin Yun (OAL e DF-FCUL), Maarten Roos (OAL), Nuno Peixinho (OAL-FCUL), David Luz (CAAUL), Rui Agostinho (OAL e DF-FCUL) e Rui Barbosa (editor do Boletim Em Órbita)


PROGRAMA

- Abertura
- O "novo" Sistema Solar
- Aspectos da dinâmica do sistema solar
- Planetas gigantes do sistema solar
- Objectos trans-neptunianos. Plutão.
- A sonda "New Horizons"
- Meios de propulsão. Viagens interplanetárias e interestelares.
- Outros mundos: planetas extra-solares
- O Homem, a Ciência e o Universo
- Debate
- Encerramento

Mais Informações:
www.oal.ul.pt
 
posted by Jose Matos at 22:12 | Permalink | 0 comments
05 janeiro 2006
Novas luas para Plutão
Já tinha falado aqui do assunto, mas parece que sempre se confirma a descoberta das duas novas luas à volta de Plutão. As consequências da descoberta são discutidas aqui.
 
posted by Jose Matos at 02:15 | Permalink | 0 comments
04 janeiro 2006
Os dias pequenos
Está uma noite bonita. Vénus tem estado em grande forma ao cair da tarde. A Lua ajuda ao cenário. Só é pena que os dias ainda sejam pequenos e que a noite chegue tão depressa. Mas a partir do início de Fevereiro tudo começa a mudar lentamente. O Sol já se esconde depois das seis e os dias começam a crescer de forma notória. É um sinal da Primavera que vem aí.
 
posted by Jose Matos at 19:20 | Permalink | 1 comments
Quando estiveres cansado
Quando estiveres cansado de olhar uma flor, uma criança, uma pedra, quando estiveres cansado ou distraído de ouvir um pássaro a explicar o ser, quando te não intrigar o existirem coisas e numa noite de céu limpo nenhuma estrela te dirigir a palavra, quando estiveres farto de saberes que existes e não souberes que existes, quando não reparares que nunca reparaste no azul do mar, quando estiveres farto de querer saber o que nunca saberás, se nunca o amanhecer amanheceu em ti ou já não, se nunca amaste a luz e só o que ela ilumina, se nunca nasceste por ti e não apenas pelos que te fizeram nascer, se nunca soubeste que existias mas apenas o que exististe com esse existir, quando, se - porque temes então a morte, se já estás morto?

Vergílio Ferreira in Pensar.
 
posted by Jose Matos at 15:35 | Permalink | 2 comments
Meio da vida
Há 13 mil dias que estou por cá. Se a vida me correr bem ainda sou capaz de me aguentar mais 14 mil. Portanto, ainda tenho mil dias para chegar ao meio da vida. Mil dias e mil noites. Não é muito, mas é alguma coisa. Portanto, não deixes que corram depressa. Aproveita bem o dia que corre. No seu lento correr verás que corre devagar. Num simples dia perde-se ou ganha-se uma vida. E numa simples noite vê-se mil estrelas. E quantas noites nesta contabilidade não tens ainda à tua frente! Quantas coisas não tens ainda para ver e para descobrir!
 
posted by Jose Matos at 02:12 | Permalink | 2 comments
01 janeiro 2006
+ 1 segundo
A TVI deu conta que o ano de 2005 tinha mais um segundo com uma explicação do Rui Agostinho. Mas para quem não viu, aqui vai mais uma achega sobre isso.

A hora que temos continua relacionada com o movimento de rotação da Terra e 1 segundo corresponde 1/86.400 partes de um dia. Só que o movimento de rotação da Terra não é uniforme e sofre perturbações de diversa ordem que podem induzir atrasos ou acelerações na rotação do planeta.

Desde 1967, que existe um sistema de Tempo Atómico Internacional que define o segundo com base na frequência de vibração de um átomo de césio, o que confere ao segundo uma precisão muito maior do que o período de rotação da Terra. Desta forma, a unidade padrão de tempo deixou de estar ligada a um sistema com perturbações (a rotação da Terra) e passou a ser definida com base em algo muito mais preciso que é o átomo de césio. A hora civil passou assim a ser definida com base no Tempo Atómico Internacional.

No entanto, existe uma discrepância entre a hora civil dos relógios atómicos e a hora "real" marcada pelo movimento da Terra, devido às tais perturbações que existem na rotação da Terra. Ora isso faz com que em alguns anos seja acrescentado um segundo à duração total do ano de forma acompanhar a precisão do Tempo Atómico Internacional. Já foram acrescentados 22 segundos desde 1972. Porém, esta questão não é consensual. Ainda há tempos, a delegação norte-americana na União Internacional de Telecomunicações defendeu numa reunião em Genebra, que o actual sistema devia ser alterado. Para os americanos, deveriam passar mais anos e acrescentar-se, depois, um maior período de tempo - um minuto, por exemplo. A proposta prende-se com o uso do sistema GPS. Os satélites deste sistema têm a bordo relógios atómicos, mas algum do seu software tem dificuldade em lidar com esse segundo a mais.
 
posted by Jose Matos at 03:09 | Permalink | 0 comments