30 maio 2004
O problema das 4 décimas
Ainda sobre o debate no parlamento de há dias, esqueci-me de referir que o primeiro-ministro anunciou que o governo tinha como objectivo (até 2006) investir 1,2 por cento do PIB em ciência de forma a atingir os 2 por cento em 2010. Para essa data, a União Europeia tem como meta a média dos 3 por cento. Os últimos dados para Portugal, de 2001, indicam que se gastou 0,83 do PIB. Ora, a este propósito lembro-me que Cavaco Silva em 1986, já anunciava como objectivo do governo da altura atingir 1 por cento do PIB em ciência no prazo de 10 anos. Ora em 95, quando ele saiu do governo a valor era de 0,57%. Estamos em 2004 e continuamos abaixo dessa famosa meta. A verdade é que nos últimos anos (2002 e 2003) ocorreram cortes no Orçamento de Estado e também em verbas comunitárias, que dificultaram ainda mais esse objectivo e também é verdade que durante o anterior governo, o objectivo também ficou por cumprir, apesar de toda a propaganda dada ao investimento em ciência. Sendo assim, continuamos abaixo de 1 por cento e não sei como é que o governo vai fazer para atingir 1,2 por cento em 2006. Daí que receba sempre com desconfiança este tipo de anúncios. É certo que são apenas 4 décimas para lá chegar, mas depois de tantas promessas, começa a ser difícil acreditar.


 
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27 maio 2004
Damião de Góis & Pedro Nunes
Talvez seja um bom sinal ver o primeiro-ministro a discutir ciência no debate mensal do Parlamento. É sinal que se interessa pelo assunto. Mas dos dois programas ontem lançados para fixar cientistas em Portugal, só um se aproveita. O Pedro Nunes parece ser uma boa ideia para a mobilidade científica a nível nacional. Vai permitir o intercâmbio de estudantes entre universidades e outras instituições. É claro que não vai fixar ninguém, mas não deixa de ser uma ideia interessante. Agora o Damião de Góis é chover no molhado. Já toda a gente sabe que é um programa para atrair reformados, pois exige 100 artigos mencionados no ISI, coisa que só consegue depois de 20 ou 30 anos de carreira. E quem tem 20 ou 30 anos de carreira no estrangeiro de certeza que tem um bom emprego e não precisa de vir para Portugal para ganhar uma bolsa de 2 anos. E depois não é só a questão da bolsa é preciso arranjar um lugar estável. E cientistas de tal calibre vão querer um lugar de catedrático, coisa difícil de arranjar e que só abre de vez em quando. Portanto, é daquelas medidas para inglês ver. O que era preciso era fixar os nossos jovens investigadores antes destes darem à sola. Mas para já não se vê nada disso. Queremos é apanhar velhos e reformados.
 
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NEAT
O NEAT apanhado pelo telescópio de 0.9 metros do observatório de Kitt Peak perto de Tucson.

 
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21 maio 2004
Quando é que volta o Sol?
 
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15 maio 2004
NEAT
O NEAT passou ontem perto do enxame aberto M44 no Carangueijo. Jimmy Westlake, no Colorado, fez esta foto.

 
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14 maio 2004
Saturno
A Cassini tirou mais uma imagem de Saturno. Já não falta muito para alcançar o planeta. Vamos voltar a viver a idade das descobertas.

 
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NEAT ao telescópio
Finalmente o NEAT ao telescópio. Hoje tive tempo para apontar para lá numa sessão de observação que fiz numa escola. Vê-se bem, mas mal se nota à vista desarmada. É preciso um céu escuro para ver que está lá. A cauda é uma decepção, mas o núcleo e a cabeleira ao telescópio são bem visíveis. No entanto, passa despercebido para o comum dos mortais. Outro aspecto interessante desta noite foi a passagem da ISS. Para quem quiser vê-la novamente basta ir aqui. Amanhã passa outra vez.
 
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12 maio 2004
NEAT à vista
Hoje pela primeira vez lá vi o cometa NEAT com binóculos. Foi difícil, pois estava a observar em Aveiro e o céu na cidade é terrível para ver cometas. Contudo, o cometa não apresenta grande cauda mesmo com binóculos. Como o tempo vai continuar bom nos próximos dias, aproveitem as oportunidades de observação. Entretanto, podem ver as fotos tiradas pelo João Porto nos Açores. Ou então estas tiradas na Áustria.
 
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08 maio 2004
O NEAT
O cometa NEAT já foi fotografado ontem pelo Luis Carreira.
 
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07 maio 2004
O mistério de Tharsis II
Afinal a hipótese de Tharsis ter sido gerada pelo impacto de Hellas já foi objecto de estudo. Mesmo assim, subsiste o problema da idade, pois parece que Tharsis é mais jovem do que Hellas.
 
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Endurance II
O Opportunity continua a apalpar o terreno à volta de Endurance. Deve andar desconfiado, pois não sabe se é seguro descer lá abaixo. Mas a cratera parece recheada de pequenos tesouros à espera de serem desvendados. A imagem mostra o rover à escala à beira da parede da cratera. Como podem ver mete um bocado de medo descer lá abaixo.

 
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Iniciativas
Iniciativas interessantes durante este mês em Lisboa. No observatório astronómico e no Núclio. A ver.
 
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06 maio 2004
Imagem do NEAT
Uma imagem do NEAT feita nos EUA no dia 4 de Maio. Mal se consegue ver o cometa. Aparece aumentado à esquerda em baixo.

 
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05 maio 2004
Mais um eclipse estragado
Mais um eclipse estragado pelas nuvens. Já é o terceiro em ano e meio. Esperemos que o próximo, em Outubro, seja melhor. E que para o ano, no dia 3 de Outubro, quando for o eclipse anular do Sol também não apareçam nuvens para estragar a festa. Já agora convém dizer que a melhor época para eclipses do Sol em Portugal vai ser a época de 2026, 27 e 28. Serão três anos seguidos com eclipses visíveis no nosso país e muito interessantes. Espero ainda estar por cá para ver alguma coisa.
 
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04 maio 2004
Endurance à vista
O Opportunity chegou finalmente a "Endurance", uma cratera que irá estudar nos próximos tempos. Parece ser um local interessante com algumas rochas à vista. O robô está à beira da cratera desde sexta-feira, mas as primeiras imagens do seu interior foram recolhidas ontem. Nos próximos dias irá percorrer a borda da cratera sem descer lá abaixo. Só depois da borda bem estudada é que pensará em novas aventuras. Claro que descer lá abaixo tem riscos e o maior é que nunca mais consiga sair cá para fora. Por isso, tem que ser uma decisão bem ponderada. A descida tem que valer a pena. E parece que temos rochas com interesse. Portanto, é possível que ele desça mesmo num futuro próximo. Enquanto isso, o Spirit continua a caminho de Columbia Hills. Calcula-se que chegue às montanhas dentro de um mês.

 
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A 1ª semana do cometa
É esta a semana em que o cometa NEAT se torna visível no nosso hemisfério ao cair da noite. Quem quiser vê-lo pode já tentar na Quarta à noite, altura em que o cometa vai aparecer à esquerda da estrela Sirius, embora muito junto ao poente. Talvez seja melhor esperar pelo fim-de-semana para o ver melhor. Entretanto, à medida que o mês avança a sua visibilidade irá melhorar. O mapa mostra a posição dele ao longo deste mês. Também se pode ver no mapa o cometa LINEAR, visível de manhã antes do Sol nascer, embora ainda não o tenha visto, pois levantar de manhã para ver cometas não é propriamente o meu passatempo preferido. Mas pelo que sei vê-se mal, portanto, não vale a pena o esforço. Quem quiser pode comprar a revista Ciel et Espace deste mês, onde encontra informação sobre o NEAT. Aliás, a capa da revista diz mesmo que é o primeiro grande cometa do século, embora cá para mim estejam a exagerar nas expectativas. Mas dá sempre gosto ter um cometa para ver mesmo que não seja muito brilhante. Pelo menos, a mim, deixa-me contente.

 
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03 maio 2004
O mistério de Tharsis
Li há tempos no resumo de uma palestra de divulgação, que a região de Tharsis, em Marte (uma das mais importantes do planeta em termos de vulcanismo), podia ser o resultado do impacto de Hellas, um cratera gigante que existe nos antípodas de Tharsis e cuja ondas de choque podiam ter erguido a referida região. Fiquei perplexo com a ideia e, por isso, comecei a meditar sobre o assunto e a colher opiniões. Para mim, trata-se de uma região resultante da acção de uma superpluma, ou seja, de um mecanismo semelhante ao que tem actuado na criação das ilhas do Havai. Em Marte teria sido mais intenso e nada teria a ver com o impacto de Hellas. Aqui fica a primeira opinião. Outras surgirão nos próximos dias.

I have not heard this theory and, although I am not an expert on Mars, it doesn't sound very likely. I have read in a textbook that the Hellas impact may have substantially altered Mars' crust, possibly accounting for the fact that the southern hemisphere generally has higher elevations than the northern hemisphere, but I do not understand the mechanism. Perhaps it created a region of thin crust at the Tharsis region through which magma could easily rise. Given that Mars has no plate tectonics, a region of thin crust could persist for a long time (that helps explain why Tharsis has been a region of volcanic activity for so long). There may be a problem with ages, though, as the Hellas Basin is thought to be about 4 billion years old, whereas volcanic activity in the Tharsis region is thought to have started only about 3 billion years ago. I'm not sure if the 1 billion year delay can be explained in some way. Also, the motions that produced the Tharsis Bulge are also thought to have produced the Valles Marineris, so again there may be a timing problem in that those regions may not have formed at anywhere near the same time as the Hellas Basin. And the physical mechanism by which the impact caused the crust to thin at Tharsis and crack at Valles Marineris would need to be explained. So I'm afraid I'm dubious right now.

Richard Rand
Associate Professor of Astronomy
University of New Mexico
 
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Astronomia@Dei
Uma iniciativa que já vai na 2ª edição e na qual gosto sempre de participar. Dia 20 em Coimbra. Rover Revolutions.
 
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