22 junho 2004
Melhor divulgação?
O MCES já tem na sua página informação sobre a nova estratégia para a divulgação científica em Portugal. Entretanto, soube também que o Astronomia no Verão e outros programas de divulgação vão continuar. Portanto, boas notícias.
 
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Grande SpaceShipOne
A SpaceShipOne realizou com sucesso o seu 1º voo histórico e aterrou em segurança. O avião foguete atingiu os 100 quilómetros de altura sem grandes problemas tornando-se assim na primeira nave privada a fazer um voo suborbtial bem sucedido. O motor-foguete do SpaceShipOne foi accionado durante 80 segundos e cerca de três minutos e meio depois, o aparelho atingiu os 100 quilómetros de altitude. Este tipo de experiências abre caminho à exploração turística do espaço em voos suborbitais. É claro que turismo no espaço não significa aqui turismo em órbita. O que temos aqui é um turismo suborbital em que vamos à fronteira do espaço e voltamos logo à Terra. O turismo em órbita é mais complicado e estou convencido que nunca poderá avançar sem um forte apoio dos governos ou das agências espaciais.


 
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21 junho 2004
SpaceShipeOne
Está tudo a postos para o 1º voo suborbital do avião foguete SpaceShipOne, que parte hoje do centro de ensaios espaciais civis de Mojave, no deserto da Califórnia. Será o 1º voo espacial privado. Se o voo for bem sucedido, ou seja, se o SpaceShipOne atingir os 100 quilómetros de altitude, a equipa que o fez irá tentar vencer o prémio X, um prémio de dez milhões de dólares para o primeiro veículo espacial a atingir duas vezes a altitude de 100 quilómetros, em duas semanas, com três passageiros a bordo. Esperemos que seja um voo sem problemas. Na imagem pode ver-se o avião que transporta o SpaceShipOne até aos 15 mil metros de altitude, conhecido por "Cavaleiro Branco". É das costas dele que a pequena nave é largada rumo aos 100 quilómetros de altitude. Depois são 3 minutos sem sentir peso e o regresso à terra.

 
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Livro sobre Marte
Acabou de sair em Inglaterra um livro interessante e bem ilustrado sobre Marte e a exploração dos rovers. Escrito de forma clara e acessível pode ser comprado aqui.

 
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18 junho 2004
As quotas
Portugal é membro de pleno direito do Observatório Europeu do Sul (ESO) desde Janeiro de 2001. Como todos os países que pertecem ao ESO tem que pagar uma quota anual que no nosso caso é de 1,5 milhões de euros. Além disso, está a pagar em "suaves" prestações de 800 mil euros cada, a chamada quota de entrada. Esta quota é uma espécie de jóia que se paga para entrar num clube tão selecto. Normalmente paga-se toda de uma vez só, mas Portugal conseguiu negociar na altura o seu pagamento em prestações ao longo de cinco anos. Ora o nosso querido governo esqueceu-se de pagar não só quota anual de 2003, como também a prestação da jóia de 2003 e de 2004, que é paga sempre em Janeiro. Isto levou a que o ESO retirasse o direito de voto aos nossos dois representantes no conselho do ESO. E avisou mesmo que se as quotas não forem pagas brevemente perdemos o acesso aos telescópios do ESO. Parece que foi a primeira vez na história do ESO, que um país se esqueceu de pagar as quotas. O ministério já disse que ia pagar tudo, mas a situação mostra obviamente um país de contrastes. Consegue organizar um europeu de futebol, mas não consegue pagar a tempo e horas as quotas numa organização internacional. O que dirão lá fora de nós?
 
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Os mirtilos do Utah.
Antes dos famosos "mirtilos" terem sido descobertos em Marte pelo Opportunity, geólogos da Universidade do Utah tinham previsto a sua existência ao estudarem pedras semelhantes nos parques nacionais do Utah. Os geólogos estudaram zonas ricas em hematite (um óxido de ferro), onde encontraram pequenas esferas de hematite semelhantes aos "mirtilos" detectados pelo rover da NASA. Ora sabe-se que os "mirtilos" do Utah foram formados na presença de água líquida, o que significa que o mesmo pode ter acontecido em Marte. O processo de formação decorreu em pedras que tiveram ferro originalmente. Ao viajar por estas pedras a água provocou em certos sítios a precipitação do ferro em hematite. No entanto, calcula-se que os "mirtilos" marcianos sejam de pura hematite, enquanto que as pequenas esferas do Utah são principalmente de arenito, cimentadas por hematite que constitui quando muito 1/3 da esfera. Outra diferença é que as pequenas esferas do Utah foram feitas por águas subterrâneas, enquanto que em Marte existe a teoria de que os "mirtilos" foram feitos por água na superfície. Portanto, existe alguma contradição nesta abordagem. Isto significa que ainda estamos longe de compreender o problema da origem dos "mirtilos" em Marte.
 
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16 junho 2004
Os vulcanismo quente de Io
Quando em 1979, a sonda Voyager 1 passou perto de Júpiter e dos seus principais satélites, detectou vulcões em actividade em Io, uma lua deste planeta que tem aspecto de pizza colorida. Foi a primeira vez que se observaram vulcões activos fora da Terra e os espectómetros de infravermelhos das Voyager detectaram temperaturas de -27 a 327º C num dos vulcões e descobriram também que estes vulcões lançam enxofre e dióxido de enxofre para a superfície do satélite. Com a Galileu foram detectadas temperaturas ainda maiores de 427 a 1610º C, na verdade demasiado elevadas para um vulcanismo apenas à base de enxofre. Começou então a surgir a ideia de que existiam em Io, magmas ricos em silicatos associados a estas temperaturas tão elevadas. Um estudo feito na Universidade de St. Louis veio agora provar isso. Simulações em computador mostram que os vulcões de Io também deitam cá para fora sódio, potássio, silício e ferro. Alguns destes elementos são vaporizados na sua forma atómica, enquanto que outros são vaporizados na forma de moléculas, como o monóxido de silício, dióxido de silício e monóxido de ferro. O estudo mostra mesmo que o monóxido de silício é o principal constituinte dos gases vulcânicos. Portanto, parece que estamos a perceber finalmente o motivo de tais temperaturas.
 
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15 junho 2004
A verdadeira natureza de Febe
A verdadeira natureza de Febe tem sido revelada com uma claridade surpreendente nas últimas imagens tiradas pela sonda Cassini. As imagens mostram um corpo coberto de crateras muito provavelmente feito à base de gelo e com uma camada fina de material escuro. O pormenor é fantástico. Como são um pouco pesadas, aconselho a sua visualização aqui. Estamos a entrar numa época muito interessante da exploração de Saturno. Uma época há muito esperada por mim.
 
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Meteorito ao pequeno-almoço
Foi o que aconteceu em Auckland, na Nova Zelândia. Um meteorito perfurou o telhado de uma casa e aterrou lá dentro em cima de um sofá, quem sabe para não se aleijar. Os donos mal ganharam para o susto, mas parece que o seguro vai cobrir os danos. Na foto vemos a dona da casa com ele na mão. Parece um bolo todo queimado. E não será isso mesmo? A mulher deixou queimar o bolo e agora diz que é um meteorito?

 
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11 junho 2004
Porque é que Vénus roda ao contrário dos outros planetas?
O meu amigo Jorge Almeida arranjou algumas resposta para este velho problema.

Resposta típica de um adolescente: "Porque lhe apeteceu!"

Resposta típica de um crente: "Porque assim Deus o quis."

Resposta típica de um político: "Eu PROMETO que colocaremos Vénus no sentido igual ao dos outros planetas."

Resposta típica de um incrédulo: "Será que Vénus roda mesmo ao contrário de outros planetas?"

Resposta típica de um Loupista: "Vénus entrou no hiperespaço e esta é a prova absoluta de que existe o hiperespaço!" (quem presenciou o fenómeno Loup;)

Resposta típica de um anarquista: "É a prova de que a anarquia reina no Universo."

Resposta típica de um aristostélico: "Todos os corpos têm a sua rotação natural. Vénus gira em torno da Terra e no mesmo sentido dos outros planetas. Não há imperfeições no Universo imutável."

Resposta típica de um hinduista : "Vénus tem um karma que é rodar nesse sentido."

Resposta típica de um alucinado: "Ó meu, isso é altamente. Vénus como é quente como as Spice Girls para chamar a atenção de outros corpos rula assim. Man, estás a topar?"

Resposta típica de um astrólogo: "Os nodos ascendente e descendente emanam forças que fazem com que Vénus rode nesse sentido. As pessoas que nascem no dia em que Vénus está alto no céu, são pessoas que não gostam de ser contrariadas e fazem coisas diferentes de todos os outros. São, quase sempre, anacrónicas."
 
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A descida
O Opportunity já desceu para a cratera. Na foto pode-se ver o trajecto.

 
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Febe
A Cassini fotagrafou Febe, uma das luas mais pequenas de Saturno e de aspecto escuro e irregular. Esta lua tem uma órbita retrógada, ou seja, gira à volta de Saturno em sentido contrário ao de outras luas. Isto pode querer dizer que se trata de um corpo capturado por este planeta gigante. Ninguém sabe ao certo que tipo de material escuro cobre a sua superfície, mas espera-se que a Cassini ajude a resolver um pouco esse mistério.

 
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09 junho 2004
Fotos de Aveiro
O Artur Varanda e o Luis Carlos Tavares fizeram uma série de fotos do trânsito em Aveiro.
 
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Pelo país
O JN traz hoje uma série de artigos sobre o trânsito de Vénus, que nos dão uma pequena mostra do trânsito pelo país.

Feira

Vénus trouxe dinheiro ao Visionarium


"É muito engraçado mas estava à espera que fosse maior". No Visionarium, em Santa Maria da Feira, uma equipa, liderada pelo investigador Luís Tirapicos, estava encarregada de desfazer dúvidas, postas pelas muitas crianças e jovens que acorreram ao local para observar o fenómeno. Através dos telescópios disponibilizados, alunos e professores lá avistaram o "sinal" na cara do Sol, que, no final, soube a pouco para alguns, sobretudo para os que tinham já estudado a lição em casa ou na escola. Mas ninguém quis perder a oportunidade, nem mesmo o secretário de Estado da Ciência e do Ensino Superior, presente no local para assinar um protocolo com o Visionarium, através da Fundação para a Ciência e Tecnologia, que disponibilizará um investimento de mais de um milhão de euros nos próximos três anos. Às 12. 25 horas, registou-se o último dos quatro contactos do dia. Os dados finais seguiram para o Observatório Europeu do Sul.

F.S.

Aveiro

Romaria de crianças na Universidade


Cerca de meio milhar de jovens transformaram, ontem de manhã, a alameda principal da Universidade de Aveiro numa pequena romaria, para poder ver o passeio de Vénus frente ao Sol. . "Parece um grão de areia frente a a um laranja muito grande", comentou Aida Silva, finalista do curso de Bioquímica Alimentar, em Aveiro, depois de ter espreitado pelo telescópio. "Aqui há tempos, tentei ver a Lua por um telescópio, mas não consegui", disse, sorrindo. "Só vi casas do outro lado", acrescentou. Ontem, aconteceu tudo como o previsto. O astrónomo José Matos tinha os quatro telescópios, um solarscope e vários óculos perfeitamente preparados. Não faltaram sequer balanças que permitiam a qualquer pessoa saber o seu peso em Vénus ou noutros planetas.
Aida Silva, por exemplo, pesaria apenas 9,5 quilos na Lua, ela que pesava quase 60 na Terra, tal como aconteceu com a sua colega Lorena Silva. Assim já não preciso de fazer desporto", gracejou.

Jesus Zing

Porto

Alguns curiosos no Planetário


O Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP) colocou, desde as 6.30 horas, à disposição dos transeuntes o equipamente indispensável à observação do trânsito de Vénus e distribuiu óculos com filtros especiais para proteger as retinas dos curiosos. Manuel Tavares Barros, acompanhado pelos dois filhos de seis e nove anos, foi a pedido deles até ao CAUP. Todos gostaram do que viram e acharam que valeu a pena terem-se levantado mais cedo. João Barros, o mais pequeno dos petizes, achou "engraçada a pintinha preta" estampada no Sol e, de forma avisada, disse que achava que ía "haver outro [trânsito] daqui a pouco tempo, mas é do outro lado do Mundo e lá eu não consigo chegar".

F.S.

Viseu

"Ao princípio fugiam com medo de pagar"


O solarscope cedido pela Universidade de Aveiro à Secundária de Viriato permitiu, ontem, a dezenas de viseenses, assistir, na Radial de Santiago, ao fenómeno. "Ao princípio, fugiam com medo de pagar. Mas, quando explicámos que era gratuito, as pessoas manifestaram grande curiosidade", explicou Teresa Lopes, daquele estabelecimento de ensino. A docente realçou o facto de o aparelho permitir um visionamento "perfeito e inofensivo" do astro. "A caixa tem uma lente que faz incidir a radiação num espelho que é depois reflectido na parede da caixa", explicou.Além daquele equipamento, foram disponibilizados óculos. "Tivemos de trazer alguns de Aveiro depois de sabermos que esgotaram em Viseu", acrescentou.

Teresa Cardoso

Lisboa

Famílias madrugaram para ver Vénus


Dada a localização do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), na Tapada da Ajuda, e as horas de observação, as actividades ficaram reservadas a verdadeiros entusiastas.

André Moreira estava particularmente contente junto aos telescópios. "Quando foi a passagem de Mercúrio também faltei às aulas", diz, do alto dos seus 10 anos, enquanto a mãe lembra que "é nestas idades que se espicaça o interesse e o gosto pela ciência". Pedro Raposo, membro do OAL, explicou que foram envolvidas a Associação Portuguesa de Ensino da Astronomia e diferentes escolas, e que o mais interesante da jornada foi a ida de famílias, "logo às 7 da manhã, antes de entrarem para o emprego e deixarem os miúdos na escola".

Pedro Cerejo

Algarve

Óculos destronam telescópios


Nunca uns simples óculos fizeram tanto sucesso no meio de potentes telescópios. Alexandra Milhano nem queria acreditar. Três telescópios e dois astrónomos na varanda do hotel que escolheu para passar férias no Algarve não foram suficientes para ofuscar o brilho das suas lentes com armação de cartão. A parisiense Céline Claret apelida de "extraordinária" a sua iniciação astronómica. Aprendi muitas coisas", disse, ao JN. Vontade satisfeita por Laurent Courier, director do Centro de Astronomia dos Pirinéus, que, para maior conforto dos observadores, decidiu ligar um computador a um telescópio. As imagens serão as testemunhas sem voz deste "fenómeno astronómico raro e invulgar".

Ângela Santos
 
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Somos mesmo pequeninos
Hoje alguém comentava comigo que ficou espantado ao ver o tamanho reduzido de Vénus sobre o disco solar e que isso lhe lembrava o quanto pequeninos nós somos. E esta simples observação de um observador comum deixou-me também a pensar. É que nós já sabemos que somos micróbios, mas nem sempre lembramos isso às pessoas quando estamos a ver estas coisas. Como dizia ontem um homem no observatório de Lisboa: "vermos um planeta semelhante à Terra, faz-nos sentir pequenos. A humanidade é pequena."
 
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Mais um Ovni
A notícia que o DN traz hoje sobre o Ovni da semana passada possui incorrecções. Refere o jornalista que "o DN teve acesso à única fotografia até agora conhecida que poderá corresponder ao sinal detectado nos radares. A imagem foi captada na segunda-feira, 31 de Maio, cerca das 15 horas, sobre a Albufeira do Monte Novo, entre Reguengos de Monsaraz e Évora. Eduardo Silva, que passeava no local juntamente com a família, tinha somente a intenção de guardar uma recordação da paisagem. Quando «disparou» a máquina reparou que, entretanto, um objecto surgiu no horizonte. Mas logo que retirou o olho da objectiva já o mesmo tinha desaparecido.Existem probabilidades muito fortes de que esta seja a única imagem - até agora conhecida - que corresponda ao ovni, ou aos ovnis, captados pela radares da FAP, os quais foram vistos por vários pessoas, sob a forma de uma luz branca, durante a noite de 1 de Junho". Ora, existem mais fotografias do Ovni e até mesmo um vídeoamador do mesmo. Depois os radares da FAP detectaram os objectos entre as 23h00-23h30 e não na tarde do dia 31 como a notícia sugere.
 
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Vénus em trânsito
Hoje foi daqueles dias históricos. Um dia que só temos uma vez na vida. Dormi mal só a pensar se pela manhã estaria bom tempo para ver Vénus em trânsito. Mas o dia nasceu límpido e sem nevoeiro. Um dia excelente para uma coisa destas. Passei a manhã na universidade numa sessão de observação pública e lembrei-me que para muita gente foi um dia como outro qualquer, pois o Sol não deixa de brilhar lá pelo Vénus estar à frente. Um eclipse tem mais impacto como é óbvio. E, por isso, para o ano quando ocorrer o eclipse do Sol em Outubro esperemos que esteja outro dia de Verão como o de hoje. E aí sim, ninguém vai ficar indeferente como hoje. Mesmo que pensem que o fim do mundo está próximo.
 
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06 junho 2004
Um bom livro
Um dos livros que eu mais gostei de ler até hoje sobre Ovnis foi: "Ovnis e contacto com Extraterrestes" de Robert E. Bartholomew e George S. Howard da Bertrand Editora. Aconselho a sua leitura para quem quiser perceber um pouco do fenómeno.
 
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O Ovni trouxe companhia
O OVNI TROUXE COMPANHIA

Não um, mas vários Objectos Voadores Não Identificados (OVNI) podem ter cruzado o céu de Portugal na noite de terça-feira. A Força Aérea Portuguesa (FAP) admite a possibilidade a partir da análise cruzada de relatos testemunhais. Mas o fenómeno mantém-se inexplicado, o que favorece as opiniões.

Alguns admitem ter-se tratado de uma visita de extraterrestres, enquanto a comunidade científica mantém a reserva, sustentando que o que não tem explicação natural no presente pode ser esclarecido em breve.

Quem observou o fenómeno, em vários pontos do País, não coincide sobre a direcção em que ‘aquilo’ seguia. Luís Jorge Pires, de 53 anos, afiança ter visto, perto do Nó de Vila Velha de Ródão da A23 (Torres Novas - Castelo Branco), um “objecto fusiforme envolto em fumo branco, mais parecido com vapor de água”, que “foi para Sul”. Outras testemunhas, em zonas diferentes, dão conta de um movimento para Norte.

A FAP analisou os vários relatos, alguns dos quais “muito precisos em termos tecnológicos”, revela o major Gonçalves, do Gabinete de Relações Públicas daquele ramo das Forças Armadas, confirmando o facto de as testemunhas não coincidirem quanto ao sentido de voo do objecto. As diferenças, aliadas à quase simultaneidade do avistamento em locais distantes, tornam provável a hipótese de existir mais do que um alvo.

Os dados obtidos através dos radares da FAP não invalidam a tese. “A informação radar indica que era possível terem sido vários alvos em posições e com rumos diferentes”, afirma o major Gonçalves, adiantando: “É natural que houvesse ainda mais objectos, não detectados.”

A informação coligida será arquivada até se excluírem as preocupações com a segurança e a defesa nacionais. Depois poderá ser partilhada com entidades ligadas à investigação científica, que já a solicitaram.

CEPTICISMO DE ASTRÓNOMO

O astrónomo Máximo Ferreira, coordenador do Observatório Astronómico de Constância, conta-se entre os “absolutamente cépticos” em relação ao fenómeno OVNI conotado com vida alienígena. “O mais provável é ter-se tratado de um meteoróide: uma ou várias pedrinhas que existem no espaço”, sustenta, sem eliminar a possibilidade de queda de fragmentos de um satélite ou de uma aeronave. Máximo Ferreira afirma jamais ter observado o que fosse de inexplicável no céu e ironiza: “Os extraterrestres não aparecem aos cientistas.”

Mas o docente investigador do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) Fernando Monteiro, especialista em meteoritos, garante que não foi um que cruzou o céu na noite de terça-feira: “Se fosse um meteorito, o fenómeno luminoso não teria durado tanto tempo.” O professor opta pela designação “não identificado” na acepção literal. “99 por cento dos fenómenos astronómicos tem explicação imediata. Um por cento não. Isso não significa que não exista uma causa natural. Até a descobrirmos, são OVNI.”

CM
 
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Nem o 112 lhe valeu
'NENHUM OBJECTO FABRICADO PELO HOMEM É CAPAZ DAQUILO'

“À minha frente estava um objecto. Primeiro pareceu-me um avião. Quando começou a descer ficou envolto em fumo branco e lançou um foco de luz controlada, que não se propagou, nem alcançou o chão: ficou a meia altura. Pensei que fosse uma aeronave em apuros. Liguei para o 112. Não devem ter passado cinco minutos e o objecto, que não emitia som, começou a subir numa trajectória em ‘s’ e desapareceu rapidamente. O fumo também desapareceu logo.”

Luís Jorge Carmona Pires, que trabalhou 13 anos nas Oficinas Gerais de Material Aeronáutico e cinco no departamento de helicópteros da companhia dos diamantes de Angola, não tem dúvidas: “Não há qualquer objecto fabricado pelo Homem que faça aquilo.” O encontro inesperado ocorreu, anteontem à noite, quando circulava na A23, entre Torres Novas e Castelo Branco, junto ao nó de Vila Velha de Ródão.

“Surpreendeu-me que o fumo, mais parecido com vapor de água, não se dissipasse lentamente”, observou Luís Jorge, notando ainda que, do registo de chamadas do telemóvel, desapareceu a que fizera para o 112.

CM
 
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Boas companhias
Uma entrevista que saiu hoje no CM, que mostra que o Paulo Cosmelli tem andado sempre bem acompanhado.

TEMOS SIDO SEMPRE ACOMPANHADOS DE PERTO

Paulo Cosmelli tem 39 anos e desde muito jovem investiga o fenómeno dos OVNI. Representa em Portugal o grupo italiano ‘Non Siamo Soli’ (Não Estamos Sós).

Correio da Manhã – Quando começou a interessar-se pelos OVNI?

Paulo Cosmelli – Quando, no final dos anos 70, houve um grande avistamento sobre Leiria. Era um objecto cilíndrico, enorme, que deixou a cidade às escuras durante meia hora. Deslocou-se para sul, pela costa. Foi fotografado e as fotografias amplamente divulgadas.

– Houve reacção oficial?

– Não. As autoridades fecharam-se em copas. Aliás, registo com agrado a abertura da Força Aérea Portuguesa, que, a propósito do caso verificado esta semana, não se furtou a comentários e a fornecer pormenores, como o facto de o objecto ou objectos terem sido detectados por um radar primário e também por um secundário.

– Chegou a alguma conclusão, após ter estudado o fenómeno OVNI durante tanto tempo?

– [Risos] Não sou assim tão velho. Tenho 39 anos. Bom, é difícil chegar a conclusões enquanto não houver provas. O que tenho ouvido e investigado leva-me a acreditar que há alguma coisa lá em cima e já se verificou contacto.

– Está a referir-se a contacto entre extraterrestres e humanos?

– Sim. Tudo indica que, ao longo do tempo, temos sido acompanhados de perto por seres mais evoluídos a níveis espiritual e científico. Talvez os anjos de ontem sejam os extraterrestres de hoje.

– Qual foi o caso que mais o impressionou até agora?

– Este último avistamento surpreendeu-me bastante. Lembro-me também do relato de uma rapariga, que estava a morrer com leucemia, a quem dois seres de luz entregaram um frasco de comprimidos. Ela curou-se após tomá-los.

– Não receia que tais relatos pareçam pouco credíveis?

– No passado falava-se menos do assunto. Tinha-se medo do ridículo. Eu conheço pessoas que só agora contam experiências ocorridas há anos. Recearam que lhes chamassem malucos.

– Em que zona e em que períodos do ano são mais frequentes os avistamentos em Portugal?

– Perto da Costa. Há até muitos relatos de pescadores. O maior número de avistamentos verifica-se nos meses de Julho e Agosto.
 
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04 junho 2004
Um princípio fundamental
Um dos princípios fundamentais da ciência é sua capacidade em abandonar teorias que pareciam estar certas, mas que confrontadas com novos dados se mostram erradas. É claro que nós não estamos a fazer ciência quando comentamos um assunto nos media, mas devemos obedecer ao mesmo princípio. Quando estamos errados devemos abandonar a nossa teoria e reconhecer que à luz de novos dados ela está errada. E devemos também ser capazes de fazer passar essa mensagem. É claro que vamos também aprendendo com estes erros e para a próxima já somos mais cautelosos, embora nunca estejamos livres do erro ou do deslize. Mas reconhecer que cometemos deslizes é importante e pedagógico. Mostra que somos todos humanos e que temos connosco uma carga de convicções e de manias que podem induzir-nos em caminhos errados. Mas mostra também que temos capacidade de reconhecer o erro e escolher um caminho melhor ou mais aceitável. Só os fanáticos é que não duvidam.

P.S. Um agradecimento especial a todas as pessoas que me enviaram relatos do fenómeno. Gostei de falar com todas elas.
 
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As palavras certas II
Astrónomo exclui hipótese de luzes brancas serem reflexo de satélite

O astrónomo José Matos excluiu hoje a hipótese por si levantada de que o fenómeno luminoso avistado em Portugal terça-feira à noite seria o reflexo de um satélite, considerando intrigantes os registos da Força Aérea e as imagens captadas.

A teoria de José Matos, que o próprio avançou à agência Lusa na quarta-feira, tinha por base a consulta de um site internacional com informação sobre todos os satélites na órbita da Terra e as previsões para o seu avistamento.

No entanto, as imagens do fenómeno recolhidas por vídeo amador e transmitidas quarta-feira refutam a hipótese de as luzes brancas e intensas testemunhadas em vários pontos do país terem sido o reflexo dos painéis solares dos satélites Iridium, reconheceu hoje José Matos à Agência Lusa.

"Perante as imagens não podemos dizer que foi o satélite porque nunca faria aquele efeito. Parece uma espécie de bólide ou meteoro", disse, ponderando a possibilidade de se tratar de "lixo espacial", uma partícula que reentrou na atmosfera da Terra.

Só que, segundo o astrónomo, "não havia qualquer previsão de reentrada deste tipo de objectos", catalogados a nível internacional, nomeadamente pelo Comando de Defesa Aeroespacial norte-americano.

"Ninguém estava à espera, mas é uma hipótese, pode ter sido uma partícula de lixo espacial não catalogado", continuou.

Pelo que viu, José Matos diz que lhe "parece uma espécie de bólide, um meteoro", mas lembra as explicações do geólogo José Fernando Monteiro, da Faculdade de Ciência de Lisboa, que descartou a possibilidade, devido à ausência de ruído descrito pelas testemunhas.

Aliás, as "características estranhas e intrigantes" do objecto avistado acentuam-se perante os registos e descrições da Força Aérea.

O porta-voz da Força Aérea, Carlos Barbosa, afirma hoje ao jornal Público que os radares de defesa detectaram "vários alvos" durante dois ou três minutos.

"Entre as 23:00 e as 23:30 foram detectados alguns alvos de diferentes velocidades, altitudes e posições que duraram dois ou três minutos", sublinha a mesma fonte, acrescentando que um dos movimentos apresentou uma trajectória ascendente dos sete mil para os 30 mil pés, e outro movia-se nos 40 mil pés.

à Lusa, José Matos reconheceu que estes dados refutam, aliás, qualquer uma das hipóteses avançadas: lixo espacial, satélite ou um meteoro, sublinhando a importância de existirem imagens do fenómeno para estudar a sua origem.

"Os dados da Força Aérea acentuam o aspecto intrigante do fenómeno", disse, acrescentando que resta esperar para ver se "a NASA detectou alguma coisa" e analisar as imagens existentes do fenómeno.

José Matos afirmou ainda que as expectativas de se avistar o satélite Iridium na noite de quarta-feira, tal como tinha dito, se concretizaram, apesar de o clarão "não ter sido nada de especial".

SCS.

Lusa/Fim


 
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03 junho 2004
Coisas estranhas no radar
Hoje lendo a notícia que saiu no Público constato que afinal a força área detectou vários objectos no radar entre as 23h00 e as 23h30. Um dos objectos circulava a pouco mais de 2 mil metros de altitude e de repente subiu para os 9 mil metros. O outro circulava a 12 mil metros não tendo pelos vistos mudanças de altitude. Os controladores aéreos de Beja e do Montijo viram pelo menos um destes objectos visualmente. Com estas características o 1º objecto não pode obviamente ser um bocado de lixo espacial nem um meteoro. Ora este tipo de detecções acentua obviamente o carácter estranho deste fenómeno como eu hoje digo na LUSA.
 
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Relatos on-line
O Astroescuta colocou alguns relatos on-line sobre o fenómeno de ontem. E o Iridium 40 hoje fotografado pelo Luis Carreira.
 
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As palavras certas
Este tipo de episódios envolvendo bolas luminosas mostra o quanto é difícil comentarmos estas coisas a quente. Quando há um relato destes a nossa principal preocupação é ver se estava prevista alguma reentrada. Ontem fiz logo isso em conversa com um amigo especialista no assunto. E não estava prevista nenhuma. Daí que nos primeiros comentários que fiz inclinei-me para a hipótese de um meteoro ou bólide. Hoje durante o dia, inclinei-me para a hipótese do Iridium, dada uma certa proximidade na hora de observação e no flare do satélite e li a opinião do meu amigo José Fernando Monteiro, que descartava a ideia do meteoro. Mas depois do vídeo que passou hoje no Jornal da Noite da SIC, só eu que descarto a hipótese do Iridium. Tenho pena que esta hipótese tenha passado como uma certeza minha, mas quando não escolhemos as palavras certas podemos ser mal interpretados. E eu tenho culpa em não ter escolhido as palavras certas. Depois também gostava de deixar bem claro que nunca tive nada contra as observações da força aérea. Como disse em baixo noutro post, se foi um satélite não podia ser detectado no radar. Se foi um bocado de lixo espacial também não sei se podia ser detectado no radar? Fica sempre a dúvida. Mas obviamente sei que as pessoas são sinceras e não a andam a inventar coisas. Portanto, o que posso concluir é que estamos mesmo perante um Ovni e que a minha única certeza é de que não é uma nave com Ets de visita a Portugal. Disto sim, tenho eu a certeza.
 
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02 junho 2004
Um bocado de lixo?
Outra hipótese provável para o fenómeno de ontem é que tenha sido um bocado de lixo espacial que reentrou na atmosfera, embora não estivesse nada previsto a esse nível. No entanto, pode ser algo não catalogado. Parece que há um filme sobre o fenómeno. A ver vamos.
 
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A luz branca
Parece-me neste momento bastante provável que aquilo que as pessoas viram ontem à noite no céu foi um satélite Iridium. Estes satélites de comunicações orbitam a Terra a cerca de 780 quilómetros de altura. Cada um deles tem painéis solares de alta reflectividade, como se fossem espelhos, que podem reflectir a luz solar na direcção de um observador terrestre. Se as condições de posicionamento forem favoráveis, o brilho do satélite torna-se muito forte durante alguns segundos produzindo aquilo a que chamamos um flare. Foi isso que aconteceu ontem por volta das 11 e meia da noite e foi se calhar isso que as pessoas viram, embora exista sempre uma réstia de incerteza, pois nunca sabemos ao certo o que é que as pessoas viram na realidade. A única certeza que tenho é que não era uma nave de origem extraterrestre. É claro que estes satélites não são detectados no radar, daí ser impossível ter havido qualquer confirmação por radar do fenómeno ao contrário do que disse a Força Aérea. Mas isto não quer dizer que os controladores aéreos não tenham sido sinceros nas suas observações. Ao verem o fenómeno visualmente devem ter olhado logo para os radares para ver se detectavam alguma coisa e qualquer sinal parasita que o radar tivesse nesse momento foi interpretado como sendo o objecto visível no céu. Isto partindo do princípio que era mesmo um satélite. Quanto aos rastos de fumo, que as pessoas dizem ter visto não podem obviamente estar associados ao satélite, sendo estranha a sua observação. Mas numa noite de Lua cheia qualquer trilha de condensação de um avião comercial pode servir bem para explicar o tal rasto de fumo. Hoje à noite há mais dois flares. Vejam aqui. Portanto, a luz branca vai voltar esta noite. Estejam atentos. O fim do mundo está próximo.



 
posted by Jose Matos at 17:16 | Permalink | 0 comments
Bólide?
Quando hoje cheguei a casa fui assaltado por vários relatos estranhos de um fenómeno luminoso nos céus de Portugal. Parece que muita gente viu uma espécie de bólide a percorrer o céu de norte a sul. A descrição faz-me lembrar o famoso bólide de 10 de Agosto de 72, visto sobre o lago Jackson no Wyoming (EUA) em plena luz do dia. O objecto entrou na atmosfera a 15 km/s e voltou a sair para o espaço. Parece uma nave espacial. Mas como não estava prevista para hoje a reentrada de nenhum bocado de lixo espacial inclino-me para a hipótese que possa ser um meteoro com origem num bocado de asteróide ou então um satélite mais brilhante do que habitual.

 
posted by Jose Matos at 02:21 | Permalink | 0 comments
De cavalo para burro
Afinal em 2002, o país investiu 0.78% do PIB em ciência, quando em 2001 o valor era de 0,83%. Portanto, não se percebe muito bem como é que vamos chegar aos 1,2% em 2006 com quebras deste tipo. Esperemos que o primeiro-ministro não se esqueça da promessa que fez há poucos dias.
 
posted by Jose Matos at 01:59 | Permalink | 0 comments
01 junho 2004
Faltam só 8 dias
Faltam só oito dias para o trânsito de Vénus. Será o maior acontecimento astronómico deste ano e só voltará a ser visível em Portugal em 2125. Daí que toda a gente esteja em pulgas à espera de ver o fenómeno. O interessante neste acontecimento é que além da raridade, qualquer pessoa devidamente equipada com um vidro de soldador ou com uns óculos de eclipse pode ver o planeta a passar à frente do Sol, pois é visível à vista desarmada. As farmácias começaram há poucos dias a vender óculos especiais para o evento. O trânsito vai decorrer ao longo de toda a manhã. O Observatório de Lisboa tem uma boa página sobre o assunto e na página do ESO é possível ver onde vão decorrer as sessões cá em Portugal.
 
posted by Jose Matos at 00:51 | Permalink | 0 comments