27 julho 2004
Mimas
Foi por pouco que escapou à destruição total. Mas o embate deixou-lhe uma cicatriz enorme que se vê na imagem. Mimas pela Cassini.




 
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26 julho 2004
Novamente os anéis
Continuam a impressionar estes anéis de Saturno. Continuam a chamar por nós, a convidar-nos a novas explorações.


 
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Em órbita
Para quem gosta de Saturno, não deve perder o último número do boletim "Em Órbita". São 19 páginas sobre a missão Cassini-Huygens.
 
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22 julho 2004
Reia
Reia é a segunda maior lua de Saturno e tudo indica que tem uma composição principalmente à base de gelos. Calcula-se que tenha um núcleo rochoso com 1/3 da massa do satélite, sendo o resto da sua massa composta de gelo de água. Está cheia de marcas de impactismo e manchas brilhantes no hemisfério posterior (na direcção do movimento orbital), que podem ser gelo expulso para a superfície durante os impactos e uma rede de estrias brilhantes no hemisfério anterior sobre um fundo negro. Pensa-se que estas estrias foram formadas pela extrusão de gelo através de fracturas e fissuras que existem na superfície da lua. Devem ter existido por toda a superfície de Reia, mas o maior número de impactos no hemisfério posterior apagou parte destas marcas, sobrevivendo apenas as do hemisfério anterior, mais protegidas dos impactos e, por isso, melhor conservadas. Os olhos da Cassini olharam agora para ela e Reia volta a ver-se como no tempo das Voyager.

 

 
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21 julho 2004
35 anos depois
  E já lá vão 35 anos desde o dia em que pusemos pela primeira vez o pé na Lua
 
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16 julho 2004
Uma lua com duas caras
Jápeto é um satélite estranho, pois apresenta uma grande diferença de aspecto entre o hemisfério posterior e o anterior, sendo este último mais brilhante. Ou seja, um tem boa cara e o outro tem má cara. Pensa-se que esta diferença de brilho se deve a um fluxo de minúsculas partículas escuras provenientes de Febe que bombardeiam o hemisfério posterior de Jápeto, fazendo com que os gelos voláteis se misturem e ganhem uma cor avermelhada formando compostos orgânicos, mas existe também a teoria de que este material pode ser proveniente do interior da própria lua. A Cassini fez agora a primeira imagem da lua de duas caras.



 
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13 julho 2004
Poema para Galileu
Estou olhando o teu retrato, meu velho pisano,
aquele teu retrato que toda a gente conhece,
em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce
sobre um modesto cabeção de pano.
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.
(Não, não, Galileo! Eu não disse Santo Ofício.
Disse Galeria dos Ofícios.)
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.
Lembras-te? A Ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria...
Eu sei...Eu sei...
As Margens doces do Arno às horas pardas da melancolia.
Ai que saudade, Galileo Galilei!
Olha. Sabes? Lá em Florença
está guardado um dedo da tua mão direita num relicário.
Palavra de honra que está!
As voltas que o mundo dá!
Se calhar até há gente que pensa
que entraste no calendário.

Eu queria agradecer-te, Galileo,
a inteligência das coisas que me deste.
Eu,
e quantos milhões de homens como eu
a quem tu esclareceste,
ia jurar - que disparate, Galileo!
- e jurava a pés juntos e apostava a cabeça
sem a menor hesitação -
que os corpos caem tanto mais depressa
quanto mais pesados são.

Pois não é evidente, Galileo?
Quem acredita que um penedo caia
com a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo de praia?

Esta era a inteligência que Deus nos deu.

Estava agora a lembrar-me, Galileo,
daquela cena em que tu estavas sentado num escabelo
e tinhas à tua frente
um friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo
a olharem-te severamente.
Estavam todos a ralhar contigo,
que parecia impossível que um homem da tua idade
e da tua condição,
se estivesse tornando num perigo
para a Humanidade
e para a Civilização.
Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,
e percorrias, cheio de piedade,
os rostos impenetráveis daquela fila de sábios.

Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,
desceram lá das suas alturas
e poisaram, como aves aturdidas - parece-me que estou a vê-las - ,
nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.
E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal qual
conforme suas eminências desejavam,
e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal
e que os astros bailavam e entoavam
à meia-noite louvores à harmonia universal.
E juraste que nunca mais repetirias
nem a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento, livre e calma,
aquelas abomináveis heresias
que ensinavas e escrevias
para eterna perdição da tua alma.
Ai, Galileo!
Mal sabiam os teus doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo,
que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,
andavam a correr e a rolar pelos espaços
à razão de trinta quilómetros por segundo.
Tu é que sabias, Galileo Galilei.
Por isso eram teus olhos misericordiosos,
por isso era teu coração cheio de piedade,
piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditosos
a quem Deus dispensou de buscar a verdade.
Por isso estoicamente, mansamente,
resististe a todas as torturas,
a todas as angústias, a todos os contratempos,
enquanto eles, do alto inacessível das suas alturas,
foram caindo,
caindo
caindo
caindo
caindo sempre,
e sempre.
ininterruptamente,
na razão directa dos quadrados dos tempos.

António Gedeão
 
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09 julho 2004
Anéis
Vem hoje na primeira página do Público. As cores são falsas, mas não deixam de dar um colorido supreendente a todo o sistema.
 
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06 julho 2004
Titã
Não é fácil ver através das nuvens de Titã, mas o espectrómetro de infravermelhos da Cassini conseguiu fazer isso. As imagens mostram uma superfície exótica coberta com uma grande variedade de materiais. A norte vê-se uma estrutura circular que parece ser uma cratera. As áreas em amarelo correspondem a regiões ricas em hidrocarbonetos, enquanto que as áreas verdes são regiões mais frias à base de gelo. A sul, uma nuvem branca de metano salta à vista. Mas também salta à vista o mistério de tudo isto.

 
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04 julho 2004
Sem palavras
Parecem uma simulação feita num computador qualquer. Mas são mesmo os anéis de Saturno ao vivo e em directo. A Cassini passou tão depressa por eles que nem teve tempo de tirar imagens a cores. Mas mesmo a preto e branco são impressionantes. Estão ali há milhões de anos a olhar para nós, há espera de uma visita. Ninguém sabe como é que apareceram, mas talvez agora seja finalmente possível descobrir o segredo das suas origens.
 
posted by Jose Matos at 23:18 | Permalink | 0 comments
02 julho 2004
Saturno
A Cassini chegou finalmente ao planeta dos anéis. Vai ficar por lá muito tempo como se fosse mais um satélite em torno do planeta gigante. Á boleia leva a Huygens que daqui a 6 meses vai descer em Titã. Tivemos que esperar seis anos e sete meses por este momento. É o mal das viagens planetárias. Demoram muito tempo. Cá em baixo, na Terra, ninguém deu por nada. Ocupados com o futebol, os terrestres estão pouco interessados em tais viagens a mundos distantes. E mesmo depois do futebol terminar vão todos de férias pouco preocupados com a pequena nave que sozinha nos revela um pouco do mistério de outros mundos bem diferentes do nosso. Mas aqueles como eu que gostam de naves e de planetas vão acompanhá-la com atenção. Vão seguir-lhe o rasto. Vão ter saudades destes tempos quando ela um dia deixar de funcionar.

 
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