29 novembro 2003
Depois de alguma resistência cá está o meu novo blogue
 
posted by Jose Matos at 19:32 | Permalink | 0 comments
28 novembro 2003
Penso que é um mal de todas as assembleias municipais, mas fala-se tanto de coisas tão banais, que temos sempre noitadas. Acho que devia haver regras. Apresento, por isso, uma proposta para os deputados.

1- Todos os deputados que quiserem a partir de hoje falar em assembleia municipal, devem apresentar a sua comunicação em power point.

2- A CME deverá disponibilizar os meios para tal.

3- As intervenções não podem ter mais que 10 slides.

Com isto as reuniões acabavam num instante.
 
posted by Jose Matos at 20:35 | Permalink | 0 comments
O Jornal de Estarreja faz também uma referência ao meu blogue. Agradeço, só tenho uma pequena correcção a fazer à notícia, qualquer pessoa pode mandar questões, pois o endereço está aqui ao lado.
 
posted by Jose Matos at 20:27 | Permalink | 0 comments
O meu companheiro de Assembleia Vladimiro Silva faz uma referência agradável ao meu blogue. Não sabia que ele também gostava de astronomia. Fico contente com isso. Ainda vou convencê-lo a deixar a política e a dedicar-se às estrelas. Mas vejam o Estarreja Efervescente.
 
posted by Jose Matos at 20:25 | Permalink | 0 comments
27 novembro 2003
"A razão é um elástico. Vê se consegues não a esticar muito para não rebentar"; Vergílio Ferreira in Pensar. Eu diria mesmo que é preciso cuidado quando achamos que certa afirmação nos dá razão ou nos tira razão. É que nós temos tendência a vermos a razão pelo lado que nos dá mais jeito. E de uma única afirmação podemos tirar mil razões ou a razão de que mais gostamos.
 
posted by Jose Matos at 14:19 | Permalink | 0 comments
Chego à conclusão que apesar das incertezas sobre a existência de um núcleo em Júpiter grande parte dos investigadores não acredita muito na teoria de Boss. Ora isto significa que a velha teoria da acreção pode estar certa (coisa que ainda não se sabe) e sendo assim Júpiter tem que ter um núcleo. Mas aguardo mais respostas nos próximos dias.
 
posted by Jose Matos at 02:59 | Permalink | 0 comments
James G. Hill é director do observatório e planetário Rainwater no Mississipi. Uma resposta curta ao encontro do meu pensamento sobre o assunto:

"Like you, I learned that planets formed slowly by accretion and then
differentiation. Current theories have to coincide with more and better
data and at the moment are undergoing adjustments. So far as I know, this
week, Jupiter has a rocky core, but this understanding could change at any
moment. Isn't science great! Never dull".
 
posted by Jose Matos at 02:56 | Permalink | 0 comments
Richard Rand é professor de astronomia na Univesidade do Novo México e outro céptico, embora mais cauteloso:

"One of the main pieces of evidence that Jupiter has a rocky/metallic
core comes from Jupiter's oblateness: if it didn't have such a core, it
would be more oblate than it is. Unfortunately, I'm not an expert in
this area so I can't enlighten much. However, the new evidence seems to
be that the core may have less mass than thought. The range of possible
core masses seems to be about zero to ten Earth masses. So apparently
the data are consistent with no core, but also consistent with a
moderate core. My impression is that it is too early to say that
Jupiter has no core, and more precise data on its rotational figure are
needed".
 
posted by Jose Matos at 02:50 | Permalink | 0 comments
J. Scott Miller do planetário Rauch da Universidade de Louisville é muito céptico em relação à teoria de Boss. Senão vejamos:

"When reading science from popular press sources, it is always wise to a) read with scepticism, perhaps more so than other sources of science information,
and b) read/understand what the article is actually saying. This particular
article and the standing on this particular topic, is summarized by the
following paragraphs at the bottom of the article:

"Core accretion is still the popular theory for explaining the formation of
Jupiter and other planets in our solar system," he said.

"People have been thinking in terms of core accretion for the last two
decades, and it takes a while for people to get used to any new idea,
including scientists. But I think that with time, and with continued work on
both core-accretion and disk-instability mechanisms, most scientists will be
able to agree about the likely means for making gas-giant planets."

In science, to change the "current thinking" or "popular theory", it is not
just enough to show a new idea works, but that it provides a more correct
interpretation of the data than the current theory does. More importantly, it
must make predictions that the other cannot make that can then be used for
testing the theories against each other to see which survives the testing.

In this article, an idea has been proposed. It is different, so the media,
always hoping to be cutting edge in order to sell advertisement to potential
clients at exhorbitant prices, run stories on these ideas. If they pan out,
then they can point to them when charging their clients, justifying the high
fees by implying that that particular media has its fingers on the pulse of
new science (or new whatever, depending on the interest of the client they are pursuing/wanting to keep). If the idea does not pan, no big deal. The
process of verification can take years and over that time, memories are short
as other new things appear over the horizon. In the meantime, the media have
gotten their advertising fees and are laughing all the way to the bank.

So, for the moment, I wouldn't worry too much about the core status of
Jupiter. Maybe it does, maybe it does not. The data can be interpreted
either way. And the testing phase is only at its beginnings.

Ainda sobre a teoria de Boss diz o seguinte:

"As indicated in the article, it is a new idea. I have not seen indications of
it even being published in a peer-reviewed journal, though I do not get to
read those with a frequency to say if that is even true. But, for now, it is
an idea that has been put on the table. If it has validity, that will be
discovered. But, it will not happen over night, nor, as the article
indicated, will be selling in to those who have been working in that
particular field."
 
posted by Jose Matos at 02:43 | Permalink | 0 comments
Dennis J. Cowles do planetário de New Orleans dá-me uma resposta curiosa.

"For the last two decades, we’ve assumed that both Jupiter and Saturn have had a large core (10 or 20 Earth masses). The Galileo data imply that the core is smaller than we thought that it was (maybe 5 Earth masses). One group of scientists, Alan Boss among them, argues that the data may indicate that there is no core at all. This is one possible interpretation of the Galileo data, but I’m not sure that most scientists would agree. The moment of inertia implies (as you point out) that there is at least a small core.

What we need to do is send a probe to Jupiter to map the planet’s gravity. We can figure out from a good gravity map what the internal structure is, including whether or not there is a core there."
 
posted by Jose Matos at 02:38 | Permalink | 0 comments
William B. Hubbard é professor de ciências planetárias no Lunar and Planetary Laboratory da Universidade do Arizona. Escreveu um capítulo inteiro para o New Solar System sobre os interiores dos planetas gigantes, onde diz que Júpiter tem núcleo. Na resposta parece que tem mais dúvidas do que no livro.

"Standard models for the formation of Jupiter require the presence of
a rock-ice core of about 10 Earth masses (ME) to trigger collapse of
nebular hydrogen-helium gas. For solar composition a planet the mass
of Jupiter would include about 5 ME of rock and ice in any case.

The basic problem is that these numbers are only at the level of 1 to
3 percent of the mass of Jupiter, and our uncertainties in the equation
of state of hydrogen are at least as large as this. So it is very
difficult to demonstrate directly from available data on Jupiter that
it has a core. The moment of inertia of Jupiter would not change a
great deal with or without a 10-ME core.

The main evidence that Jupiter must have a 10-ME core is from the
model for its origin. A great deal of effort is being directed at
present to designing geophysical experiments which will give a direct
detection of the core, because the current situation is so uncertain".

 
posted by Jose Matos at 02:24 | Permalink | 0 comments
Durante toda a vida aprendi que Júpiter tinha núcleo. Basicamente por duas razões. Uma é o momento de inércia do planeta que nos diz se há ou não material denso concentrado no centro do planeta. E no caso de Júpiter diz que sim. A outra é o modelo de formação do planeta que nos diz que se formou por acreção a partir de um núcleo de gelo e rocha.

Mas há dias que ando numa polémica com o meu amigo Carlos Oliveira sobre este assunto. Um artigo na Space.Com semeou a dúvida. Neste artigo, Alan Boss lança dúvidas sobre a possibilidade de Júpiter ter núcleo, pois este homem é defensor de uma teoria diferente da acreção para a formação dos planetas, onde o núcleo de Júpiter não encaixa muito bem.

Para tirar as minhas dúvidas fiz uma coisa que qualquer divulgador atento deve fazer que é escrever 20 mails a quem sabe do assunto e ver o que eles dizem. Começo pelo John A. Wood do Smithsonian Astrophysical Observatory. Este homem tem um livro interessante sobre o sistema solar (The Solar System da Prentice Hall). E sobre o momento de inércia deu-me uma boa lição. É que apesar do momento de inércia ser um bom indicador não nos diz realmente se existe ou não um núcleo diferenciado.

Hi José,

"A "core" is a central planetary region that is distinctly denser than the
material lying above it. When you descend into the core you cross a sharp
boundary and take a step up in density.

The moment-of-inertia factor I cited means there is denser material at the
core of Jupiter than at smaller depths, but it cannot distinguish between a
core with a well-defined boundary, where there is a sharp change in density,
and a planet where the density simply increases gradually toward the center.
Both models can give you the same moment-of-inertia factor.

The sharp-boundary model has always been more or less assumed, and is cited
in my book, but Alan Boss is saying maybe it's the other way-- density
increases gradually and there is no distinct core boundary. By hindsight,
maybe I should have mentioned that possibility".

John Wood

Perguntei-lhe depois até que ponto a teoria do Alan Boss tinha adeptos entre a comunidade. Disse que acha a teoria simpática embora seja uma teoria com poucos adeptos.

"You have to go back to why there are these two models. It's because there
are two models for the formation of Jupiter. They are what is driving the
debate about a Jupiter structure model.

See p. 153 of my (2000) book. Here a model is described in which the core of
Jupiter accreted first, of solid materials; then when the core was massive
enough, it "grabbed" gas from the solar nebula. This model predicts in a
pretty natural way that Jupiter still has a core that is distinctly more
dense than the overlying material. I think most people accept this model of
Jupiter origin, and therefore the distinct-core structure for the planet.

On p. 154, an alternative model is given for the origin of Jupiter: it
formed all at once, from more or less homogeneous nebular material, by
gravitational instability. If that happened, settling-out might have
produced a core with a distinct boundary, but it probably would not have,
leaving Jupiter with an interior that was dense only because pressure has
packed it down, and without a sharp core boundary.

Alan Boss has always (well, for 10 years or more) been the most vocal
advocate of this second formation model. In arguing that Jupiter might have
no core boundary, he is simply stating a consequence of his formation model,
and being consistent with what he has always said. I think his is a minority
opinion, but I personally like it."

Uma simpatia este homem.





 
posted by Jose Matos at 01:57 | Permalink | 0 comments
26 novembro 2003
Será que Júpiter tem núcleo? É uma discussão que vou começar logo à noite.
 
posted by Jose Matos at 14:45 | Permalink | 0 comments
A semana da Ciência e Tecnologia decorre por todo o país. Amanhã estarei no FISUA. Espero que o tempo ajude, pois tenho uma sessão de observação marcada, mas pela previsão parece que vai dar.
 
posted by Jose Matos at 13:56 | Permalink | 0 comments
21 novembro 2003
Uma chamada de atenção para o novo site do Manuel Maria Carrilho. Bom trabalho gráfico coisa de profissionais. Quanto ao conteúdo previsível. Faz falta é uma secção de pequenos segredos. Acho fascinante a cabeleira daquele homem. Como é que ele tem aquele cabelo tão certinho e tão fixo? Sempre bem cortadinho. Fantástico.
 
posted by Jose Matos at 19:49 | Permalink | 0 comments
Vou de fim-de-semana tão depressa não volto à blogosfera.
 
posted by Jose Matos at 19:42 | Permalink | 0 comments
A Agência Espacial Europeia está a trabalhar com organizações portuguesas para melhorar a segurança na estrada. Mas é bem capaz de não haver remédio para o problema português. Vejam a notícia.
 
posted by Jose Matos at 19:08 | Permalink | 0 comments
Wilhelm Wien nasceu em 1864, em Fischhausen, na Prússia Oriental. Era filho de um agricultor abastado e a vida deste rapaz parecia estar destinada a seguir as pisadas do pai. Só que Wien acabou a estudar matemática e ciências naturais na Universidade de Göttingen e de Berlim, acabando por trabalhar no laboratório de Hermann Helmholtz, outro físico famoso. Em vez de agricultor, Wien acabou físico tendo dado aulas em Leipzig, Berlim e Munique, onde acabou a sua carreira de professor. Ora, este homem descobriu que a radiação emitida pelos corpos tem um pico máximo de emisão e que esse pico máximo varia de comprimento de onda em função da temperatura a que está o corpo emissor. Para que serve isto? É uma descoberta fabulosa, pois permite usando uma fórmula que também é dele calcular a temperatura a que está a superfície de uma estrela ou mesmo do nosso corpo. Ora, o nosso corpo está a uma temperatura de 310 K e se aplicarmos a fórmula de Wien descobrimos que o nosso corpo emite o seu pico máximo de radiação na zona do infravermelho. É por isso que numa sala escura somos visto por uma câmara de infravermelhos. Mas o que mais me fascina nisto é poder olhar para as estrelas e dizer aquela está a 5 mil K a outra a 10 mil e etc...

A Lei de Wien é este ano pela primeira vez dada em Física do 10º ano. Suponho que noutros tempos só se dava na universidade.
 
posted by Jose Matos at 18:51 | Permalink | 0 comments
A equipa de Luann Becker, da Universidade de Washington, voltou à carga com a extinção do Pérmico há 250 milhões de anos ter sido causada por um asteróide. Desta vez dizem na "Science" que encontraram bocados de meteorito na Antárctida numa camada que corresponde à grande extinção. A notícia vem hoje no Público. Acho difícil terem encontrado bocados de meteorito tão bem conservados com 250 milhões de anos, mas devo confessar que esta Luann Becker é um caso de persistência. Falta é a cratera desse famoso meteorito???
 
posted by Jose Matos at 16:11 | Permalink | 0 comments
O dia acordou chuvoso e vai estar assim até Segunda-Feira. Há quem pense que os astrónomos adivinham o tempo. A mim perguntam-me muitas vezes isso. Amanhã vai chover ou fazer Sol? E eu lá digo a previsão que vi na meteorologia e as pessoas lá vão todas contentes confortadas com a minha previsão.
 
posted by Jose Matos at 15:00 | Permalink | 0 comments
E vou dormir que já são horas
 
posted by Jose Matos at 03:34 | Permalink | 0 comments
Há no mundo uns 15 mil astrónomos profissionais a publicar artigos. Entre 6 mil milhões de mortais não é muito, principalmente se pensarmos na imensidade que é o Universo. Com tanto trabalho a fazer devia ser uma classe com emprego permanente. Mas o que é curioso é que mesmo entre os astrónomos também há desemprego. Como é que é possível??????
 
posted by Jose Matos at 03:24 | Permalink | 0 comments
Há noite todos os gatos têm a mesma identidade - Vergílio Ferreira
 
posted by Jose Matos at 03:23 | Permalink | 0 comments
Uma frase sobre a guerra das mais engraçadas que li até hoje dita por um coronel do exército americano:

"a guerra são horas intermináveis de tédio seguidas de breves momentos de insanidade".
 
posted by Jose Matos at 02:45 | Permalink | 0 comments
Descobri hoje que Estarreja tem alguns blogs. Um deles é o Estarreja Efervescente do meu colega municipal Vladimiro Silva. Convém dizer que eu e o Vladimiro estamos em bancadas diferentes ele no PS e eu no PSD, portanto, é natural que tenhamos pontos de vista diferentes sobre Estarreja. Mas devo dizer que dos deputados do PS é dos mais educados nunca entrando em peixaradas na assembleia. É claro que o blog dele tem tanto de reflexão pessoal como de propaganda política, mas, mesmo assim, não deixa de ser um blog a ler.
 
posted by Jose Matos at 02:31 | Permalink | 0 comments
De que é feito o Universo? Pois bem, aqui vai:

73% é energia escura (uma coisa que não sabemos o que é?)
23% é matéria negra (outra coisa que não sabemos o que é?)
3,2% é hidrogénio e hélio livres
0,5% são estrelas
0,3% são neutrinos (partículas fantasma, que atravessam o nosso corpo aos triliões)
0,03% são elementos mais pesados do que H e He (ou seja, nós)

Por aqui é fácil concluir que somos feitos de restos, de resquícios feitos nas estrelas de 1ª geração. Mas o mais impressionante é que este monte de pequenos restos cósmicos que somos nós tenha dado inteligência e capacidade para perceber o mundo. No meio destas sobras insignificantes há vida. Espantoso, não é?
 
posted by Jose Matos at 02:10 | Permalink | 0 comments
20 novembro 2003
Eis-me chegado à blogosfera.
 
posted by Jose Matos at 17:55 | Permalink | 0 comments