30 abril 2004
A última grande foto
Esta é a última imagem completa de Saturno tirada pela Cassini no final do mês de Março. A partir de agora, a sonda estará demasiado próxima do planeta para este caber todo dentro das fotografias.

 
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O mistério das coisas
O MISTÉRIO DAS COUSAS
(do "Guardador de Rebanhos" - Alberto Caeiro)

O mistério das cousas, onde está ele?
Onde está ele que não aparece
Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?
Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?
E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso?
Sempre que olho para as cousas e penso no que os homens pensam delas,
Rio como um regato que soa fresco numa pedra.

Porque o único sentido oculto das cousas
É elas não terem sentido oculto nenhum,
É mais estranho do que todas as estranhezas
E do que os sonhos de todos os poetas
E os pensamentos de todos os filósofos,
Que as cousas sejam realmente o que parecem ser
E não haja nada que compreender.

Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos: —
As cousas não têm significação: têm existência.
As cousas são o único sentido oculto das cousas.

 
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Eclipse da Lua
Na próxima Terça, vamos ter um eclipse total da Lua. O nosso satélite entrará na sombra da Terra às 19:48. Pouco a pouco, irá escurecer até atingir a fase de totalidade às 20:52. A essa hora a Lua acabou de nascer no nosso horizonte, o que quer dizer que não vamos ver o começo do eclipse. Mesmo assim, vale a pena ver o meio e o fim. Quem quiser pode ir até ao FISUA assistir à observação.

 
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27 abril 2004
Espace
Último número da revista Espace Magazine. A ver com atenção.
 
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22 abril 2004
Água radioactiva
Nos anos 20 era um comum encontrar à venda nas farmácias, frascos de água radioactiva que consistiam numa solução de rádio-226 e rádio-228 em água destilada. Era uma espécie de poção mágica que segundo William J. A. Bailey (o inventor da fórmula), curava vários males entre os quais a impotência masculina. Depois da morte de um paciente, Bailey teve que fechar o laboratório que fabricava o miraculoso remédio e o produto saiu do mercado. Apesar do desaire, Bailey sempre achou que o Radhitor fazia bem. Escusado será dizer que o homem morreu de cancro.

 
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19 abril 2004
Rover Revolutions
Podemos dizer que a missão dos rovers até agora tem causado uma pequena revolução em Marte. Nunca duas máquinas rolaram ao mesmo tempo pela superfície marciana. Nunca como agora tivemos tantos dados sobre Marte. Esta semana vou falar disto num encontro de professores, desta revolução que podemos fazer na nossa sala de aula. Depois de "Marte Reloaded" é vez de "Rover Revolutions".


 
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18 abril 2004
Luas pastoras
Como os pastores que guardam as ovelhas, Saturno também tem luas que guardam as partículas dos anéis. Duas delas foram agora apanhadas pela Cassini na sua longa peregrinação rumo a Saturno.
 
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A propósito de Gagarin
Existem ainda alguns mitos da guerra fria sobre a exploração do espaço. Um deles é que os soviéticos tinham enviado um cosmonauta para o espaço uns dias antes de Gagarin, mas que o regresso tinha corrido mal e que história tinha sido abafada por causa disso. O meu amigo Rui Barbosa enviou-me um pequeno esclarecimento sobre isso que deixo aqui.

Sei que o seu nome era Vladimir Sergeyevich Ilyushin e que teria sido colocado em órbita a 7 de Abril de 1961. Ilyushin, filho do famoso construtor de aviões, teria levado a cabo três órbita em torno da Terra antes de regressar ao nosso planeta, aterrando na China. Durante o regresso à Terra, Ilyushin teria perdido o contacto com os controladores e não se teria conseguido ejectar da sua cápsula espacial, aterrando no seu interior. Teria ficado gravemente ferido na aterragem, mas sobreviveu sendo feito prisioneiro pelos chineses que o mantiveram em cativeiro durante um ano. Teria sido posteriormente repatriado ao abrigo de um acordo secreto entre a China e a União Soviética.

A história de Ilyushin não passa de isso mesmo, uma história entre muitas que resultaram dos dias obscuros do recém nascido programa espacial soviético!!!

 
posted by Jose Matos at 14:12 | Permalink | 0 comments
FISUA
Como também gosto de fazer publicidade a mim próprio, não deixem de dar uma vista de olhos na página do FISUA, para saber o que ando a magicar para os próximos tempos.
 
posted by Jose Matos at 04:09 | Permalink | 0 comments
17 abril 2004
Bounce
Sabemos que há meteoritos que chegam à Terra vindos da Lua e de Marte. Já o sabemos de 1983, quando se descobriu na Antárctida um meteorito que apresentava uma composição isotópica, nomeadamente em azoto, semelhante aquela que as sondas Viking tinham medido na atmosfera marciana nos anos 70. A partir desta semelhança e da sua idade, descobriu-se que o meteorito provinha de Marte. No entanto, até agora, nenhuma das rochas analisadas pelos rovers em Marte, apresentava semelhanças com os meteoritos marcianos. Só que o Opportunity acabou de descobrir uma. A rocha "Bounce" apresenta uma composição semelhante ao meteorito marciano "EETA79001". Podemos vê-la na imagem com o buraco feito pela ferramenta abrasiva do rover (RAT). No canto esquerdo dá para ver que a rocha está ligeiramente deslocada, pois apanhou com o rover em cima quando este caiu em Marte.

 
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15 abril 2004
O homem dos 100 artigos
Ora aqui está um homem com 100 artigos. Será que ele quer vir para Portugal? E quantos artigos terá publicado a nossa ministra ao longo deste tempo todo? Será que já está perto da centena?
 
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Há 375 anos
Há 375 anos, no dia 14 de Abril de 1629, nascia na Holanda Christiaan Huygens. Filho de um diplomata culto dedicou-se a várias ciências ao longo da vida. Como ele próprio dizia: "a ciência é a minha religião". Estudou com o microscópio de Leeuwenhoek esperma humano e de cão e com o telescópio Marte, Vénus e Saturno, onde neste último descobriu os anéis e Titã, a maior lua deste planeta. Considerava a astrologia um absurdo e que devia haver planetas habitados à volta de outras estrelas. Não chegou a publicar 100 artigos, como o nosso governo quer agora, pois morreu aos 66 anos.

 
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A estranha rotação de Sedna
Ao contrário do que se pensava, não há nenhuma lua em volta do Sedna. A suspeita vinha do facto do corpo rodar sobre si próprio em 40 dias, quando os asteróides e os cometas rodam numa questão de horas. A razão de uma rotação tão lenta podia ser devido à presença de uma lua em volta dele que por efeito de travagem gravitacional o tinha deixado assim. Mas imagens tiradas pelo Hubble não mostram qualquer lua. Fica assim o mistério de uma rotação tão lenta.

 
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14 abril 2004
O Everest lá de cima
A 360 km de altura é assim que aparece o Everest fotogrado pelos astronautas da Estação Espacial.

 
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Um cão e um dragão em Titã
Novas imagens tiradas por um dos telescópios do VLT mostram formações curiosas na superfície de Titã. As zonas escuras podem ser lagos de hidrocarbonetos. Quanto à mancha brilhante ninguém sabe o que é? Mistérios que a sonda Huygens da ESA vai tentar descobrir em Janeiro de 2005.
 
posted by Jose Matos at 16:40 | Permalink | 0 comments
100 artigos e sem investigadores
As novas medidas que o Ministério da Ciência anunciou para captar cientistas portugueses no estrangeiro são realmente muito interessantes para deixar tudo na mesma. A ideia é atrair cientistas que estejam lá fora com um complemento para despesas de investigação. Só que para ter direito a isso, o cientista tem que ter publicado 100 artigos científicos em revistas internacionais referenciadas nas bases de dados do Instituto para Informação Científica (ISI) nos EUA, e ter 200 citações em trabalhos de outras equipas de investigação. Ou, em vez disso, ter supervisionado pelo menos dez doutoramentos já concluídos e publicado 50 artigos em revistas referenciadas no ISI e ter 100 citações. Ora, um cientista que já tenha publicado 100 artigos científicos está bem da vida e de certeza que não precisa de regressar para Portugal. Com 100 artigos e 200 citações deve estar numa boa universidade com boas condições e não precisa de vir para cá. Portanto, vamos continuar na mesma com dificuldades em fixar os jovens investigadores que publicaram 20 ou 30 artigos e que precisam de incentivos para continuar cá e a não ter cá os outros que estão lá fora, mas não preenhem o critério dos 100 artigos. Como disse o Maarten Serote do OAL ao Público, estamos perante "uma piada de mau gosto". Já agora convém dizer que um bom investigador na área da astronomia publica uma média de 5 a 6 artigos/ano. Mas vamos fazer a conta para uma média de 5 artigos/ano. Isto dá 20 anos para publicar 100 artigos. Com 20 anos de carreira quem é que se vai dar ao trabalho de vir para Portugal?
 
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12 abril 2004
O Buran em Moscovo
Outra atracção em Moscovo é uma réplica do vaivém Buran que está instalada no Parque Gorky. É um modelo que nunca voou, mas está ali para lembrar os tempos gloriosos da URSS.
 
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Gagarin de malas aviadas
Um amigo meu mandou-me a informação de que em Moscovo existe uma estátua imponente de Gagarin. Só que a estátua em Moscovo não é conhecida como a estátua de Gagarin, mas sim como a estátua do homem sem malas. No dia 1 de Abril, alguém se encarregou de pôr o Gagarin com malas. E foi assim que ele apareceu no jornal.

 
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11 abril 2004
O dia de Gagarin
Há 43 anos um jovem cosmonauta de 27 anos de idade preparava-se para fazer um voo histórico. Devia estar nervoso a esta hora. Pela manhã partirá rumo ao espaço. A bordo da pequena cápsula Vostok dará uma volta à Terra em cerca de 90 minutos à velocidade espantosa de 28 000 km/h. Partirá às 9h07 da manhã e voltará à terra mãe às 10h55. Amanhã é o dia dele. E hoje é a noite. Se fosse vivo teria 70 anos de idade.

 
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Tempestades em Saturno
A três meses da sua chegada a Saturno, a Cassini continua a enviar imagens do senhor dos anéis. Desta vez apanhou duas tempestadas no hemisfério sul a fundirem-se. Cada uma tem mil quilómetros de diâmetro. Na imagem são apenas dois pontinhos negros que acabam por se juntar.

 
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10 abril 2004
BOA PÁSCOA
"É o mundo da Primavera eterna
onde, à noite, brilham 11 luas
e de onde se podem ver as estrelas
ao meio-dia".

César dos Santos sobre Júpiter in Viagens Maravilhosas às Terras do Céu (1950)
 
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Planetas num saco de plástico?
Como é que se faz um planeta rochoso como a Terra? Para começar é preciso matéria-prima. Gás e poeira servem muito bem. Depois é preciso misturar tudo e fazer com que a matéria se comece a juntar através de pequenas colisões, num processo a que chamamos acreção colisional. O processo de acreção consiste no ajuntamento de minúsculos grãos de poeira com cerca de um décimo de mícron pela acção de forcas electrostáticas. Estes grãos vão crescendo por colisão no meio da turbulência e da confusão que reina no disco protoplanetário. É claro que não se percebe ainda muito bem como é que partículas tão pequenas atingiram centímetros ou mesmo metros de diâmetro. No meio de tanta turbulência e impactos violentos é difícil perceber como é que não ficaram todas reduzidas a pó. Passar de pó a pedras é algo que ainda nos escapa. Uma experiência acidental feita na Estação Espacial em 2003, com sal, açúcar e borras de café mostrou que estas partículas quando agitadas dentro de um saco de plástico se juntam realmente em partículas maiores pela acção de forças electrostáticas. O problema é que não sabemos ao certo até que ponto grãos de sal e borras de café são representativos dos pedaços da matéria protoplanetária que queremos estudar? O mesmo se pode dizer em relação à densidade das partículas dentro do saco e à taxa de colisão observada. Será que são representativas daquilo que aconteceu no disco protoplanetário? Como se pode ver ainda não sabemos muita coisa sobre esta fase inicial de formação dos planetas. Mas pronto a notícia está aqui para quem quiser ler.
 
posted by Jose Matos at 15:25 | Permalink | 0 comments
09 abril 2004
Ver a noite
Aproveitei a noite para ir ao Porto com dois amigos ao CAUP assistir a uma sessão de observação pública. E lá estivemos a ver a deusa do amor, o deus da guerra, o senhor dos anéis e o formidável Júpiter.
 
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Venham mais cinco
A NASA aprovou a extensão da missão dos rovers por mais 5 meses. O Spirit já completou 90 dias em Marte no passado dia 5. Ou seja, já completou a sua missão primária e daqui para frente tudo o que vier são bónus. Quanto ao Opportunity faz 90 dias no dia 25 deste mês e continua a trabalhar bem. Quando fez os 90 dias em Marte, o Spirit tirou esta imagem que mostra para trás o caminho percorrido.

 
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08 abril 2004
Os 10 mandamentos
O Jorge Almeida que também tem um blogue, inventou os 10 mandamentos do astrónomo amador. Aqui ficam eles para toda a gente saber.

1º - O astrónomo amador ama o céu acima de tudo, mesmo do cão
ou cadela, e de todas as coisas... É o melhor amigo do astrónomo
amador.

2º - Um astrónomo amador honra o seu telescópio e seus
acessórios acima de tudo.

3º - O astrónomo amador dá nomes de asteróides aos seus
rebentos como Hamburga, Geometria, Industria, Hamburga :), Fanatica,
Centenaria, Auricula, Sirene, Mercedes, Ulula, McDonalda.

4º - Um astrónomo amador não cobiça Naglers, lentes Zeiss, nem
TMB, Mewlon, Astrophysics nem coisas de valor astronómico.

5º - Um astrónomo amador deixa o trabalho para seguir aquele
evento astronómico (ex: trânsitos)

6º - O astrónomo amador praticamente não dorme. E qd dorme só
sonha com viagens espaciais a epsilon Eridani, ou a manusear um
telescópio na Lua, ou a passear com um camião usado por Marte...

7º - O cartão de crédito tem de ter estrelas ou planetas ou
outro similares no seu símbolo...

8º - O astrónomo amador tem o armário de uma ponta à outra da
sala só com livros de Astronomia.

9º - Um astrónomo amador põe a família doida. :)

10º - Um bom astrónomo amador não diz mal dos telescópios,
buscadores, montagens de outros...
 
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07 abril 2004
O nosso bairro cósmico
Em tempos, pensava-se que o Sol estava parado no centro da galáxia. Mas a verdade é que não estamos no centro, mas sim na periferia e também não estamos parados, mas sim andar à volta do centro da galáxia. Saber como tudo isto andou nos últimos 250 milhões de anos foi o que uma equipa internacional de astrónomos fez ao longo de 15 anos de observações. Usando dois telescópios profissionais, esta equipa mediu ao longo de mil noites de observação, as velocidades de 14 mil estrelas parecidas com o Sol e fez depois um mapa em computador que mostra a evolução destas estrelas na galáxia ao longo de milhões de anos. O mapa permite ver as estrelas nas nossas vizinhanças e o seu trajecto nos últimos 250 milhões de anos, o que corresponde no fundo ao tempo que o Sol demora a dar uma volta à galáxia. Na animação podemos ver que estas estrelas estavam mais dispersas no passado e que agora estão mais concentradas no nosso braço local. O Sol é marcado pelo ponto azul e a sua órbita pela curva branca. Agora já sabemos por onde andaram os nossos vizinhos nos últimos 250 milhões de anos.





 
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Mais sobre o metano em Marte
Um blogue canadiano que desenvolve muito bem a questão do metano em Marte.
 
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A ver
Uma série de blogues em português entre os quais está o meu. Ver aqui.
 
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06 abril 2004
Arqueoastronomia
Não é todos os dias que Portugal é citado num estudo sobre arqueoastronomia. A ver.
 
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05 abril 2004
Titã
É a maior lua de Saturno e uma das mais misteriosas do sistema solar. De facto, Titã é um tesouro escondido de segredos por baixo de uma atmosfera opaca, que nos tapa a superfície. É raro uma lua com atmosfera. Contam-se pelos dedos outras na mesma situação. Mas Titã é a única com uma atmosfera opaca para mal da nossa curiosidade. Por isso, sabemos pouco ou quase nada sobre a sua geologia e sobre o seu interior. Mas o que desperta o interesse em Titã é a sua atmosfera ter uma grande proporção de azoto misturado com metano, além de pequenas quantidades de cianogénio, cianoaciteleno e ácido cianídrico, substâncias que na atmosfera primitiva da Terra foram decisivas (pensamos nós) para o aparecimento da vida. Mas com 150 graus negativos Titã é uma espécie de Terra primitiva no congelador. Se existisse vida por aquelas bandas tinha que ser muito lenta a pensar e a mover-se devido às baixas temperaturas. Claro que tudo isto são apenas especulações e ninguém está à espera de encontrar vida em Titã. Mesmo assim, o problema das condições pré-bióticas em Titã vai ser abordado directamente pela sonda Huygens da Agência Espacial Européia (ESA), que em Janeiro 2005 vai descer através das nuvens de Titã e pousar na superfície. Mas enquanto a Huygens não chega, o Yepun, um dos 4 telescópios do VLT do ESO, vai tentando descobrir alguns dos segredos desta lua. Imagens feitas no infravermelho descobriram uma nova estrutura na superfície de origem desconhecida (manchas brilhantes na imagem da esquerda) e um novo fenómeno atmosférico no pólo Sul (mancha brilhante na imagem da direita). Numa altura em que VLT completa 5 anos de vida é uma boa prenda de aniversário.


 
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Saturno Abrupto
Já toda a gente conhece, mas aqui vai o meu agradecimento ao José Pacheco Pereira pelo Saturno que colocou no Abrupto.
 
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04 abril 2004
Que diabo de pedra!
"Mazatzal" é daquelas pedras que causam estranheza logo ao primeiro olhar. Parece que saiu de um filme FC ou então teve uma infância violenta. Está toda amassada e cheio de buracos. E foi pelo seu aspecto estranho que o rover se aproximou dela. Já sabemos que é uma rocha vulcânica e que pode ter estado em contacto com água no passado. Mas quando olho para ela lembro-me sempre daqueles cenários de ficção científica onde apareciam pedras estranhas. É uma pedra que ficava bem num filme desses.

 
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O Spirit fareja água
Depois de "Humphrey" é a segunda rocha em que o Spirit encontra traços de água no passado de Marte. A rocha chama-se "Mazatzal" em homenagem a umas montanhas no Arizona e encontra-se no limite da cratera "Bonneville". O rover usou a sua ferramenta abrasiva para fazer dois pequenos furos nesta rocha. Notou logo nos dois, a existência de uma camada de material escuro por baixo da "pele bronzeada" de "Mazatzal". Entretanto, num dos furos avançou um pouco mais e encontrou uma camada mais cinzenta e brilhante de material (seta amarela) por baixo da "casca escura" (seta azul clara). Nesta camada é visível um risco branco (setas vermelhas) que pode ter sido causado por minerais depositados por água líquida no interior da rocha. O facto da rocha apresentar também várias camadas (pelo menos quatro níveis de material) pode igualmente ser um sinal de que foi submetida a acção de água líquida.



 
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Saturno à vista
Enquanto os rovers andam por Marte à procura de água, a sonda Cassini continua a sua aproximação discreta a Saturno. E as imagens que chegam até nós são espectaculares. À esquerda mesmo debaixo dos anéis vê-se Mimas, mais abaixo é visível Dione e à direita aparece Encélado. A imagem foi tirada no início de Março quando a nave estava a 56.4 milhões de km do planeta. As três luas surgem muito pequeninas no ecrã do computador, convém limpar-lhe o pó para as verem bem.

 
posted by Jose Matos at 16:28 | Permalink | 0 comments
Será que as constantes físicas variam?
Quando falamos de constantes físicas, como a velocidade da luz ou carga do protão e do electrão, estamos a falar de coisas que não deviam variar. Mas desde os anos 50 que alguns cosmólogos começaram a pensar que estas famosas constantes podiam variar ao longo da história do Universo. Teorias recentes apontam também nesse caminho, mas as observações são ainda frágeis e parece que levaram agora um rude golpe com novas observações feitas pelo telescópio Kueyen, um dos quatro telescópios de 8.2 metros de diâmetro que formam o VLT do ESO. Os dados agora recolhidos mostram que não existe nenhuma evidência a favor da variação da constante de esturutura fina, uma constante que podia variar segundo certos modelos cosmológicos. Esta constante mede a intensidade da força eletromagnética que prende os electrões à volta do núcleo atómico e algumas observações de quasares distantes tinham levantado a hipótese de que esta constante era ligeiramente menor (1/100 000) no passado quando o Universo tinha um terço de sua idade actual. Mas as observações do Kueyen dizem agora que não. A ver vamos se novas observações confirmam estes resultados ou não.
 
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Um telescópio para as escolas
Não é todos os dias que se coloca on-line um telescópio de 2 metros de diâmetro para ser usado pelas escolas do mundo inteiro. A ver.

 
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Ainda o metano de Marte
Mais algumas notas sobre o metano em Marte. A sua presença foi detectada não só pela Mars Express, como também por duas equipas americanas, uma liderada por Michael J. Mumma do NASA/Goddard Space Flight Center e outra por Vladimir A. Krasnopolsky da Universidade Católica Americana. As observações efectuadas pela equipa de Mumma dizem mesmo que o metano está mais concentrado na zona do equador marciano e curiosamente na zona onde actualmente está o Opportunity.
 
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