É a maior lua de Saturno e uma das mais misteriosas do sistema solar. De facto, Titã é um tesouro escondido de segredos por baixo de uma atmosfera opaca, que nos tapa a superfície. É raro uma lua com atmosfera. Contam-se pelos dedos outras na mesma situação. Mas Titã é a única com uma atmosfera opaca para mal da nossa curiosidade. Por isso, sabemos pouco ou quase nada sobre a sua geologia e sobre o seu interior. Mas o que desperta o interesse em Titã é a sua atmosfera ter uma grande proporção de azoto misturado com metano, além de pequenas quantidades de cianogénio, cianoaciteleno e ácido cianídrico, substâncias que na atmosfera primitiva da Terra foram decisivas (pensamos nós) para o aparecimento da vida. Mas com 150 graus negativos Titã é uma espécie de Terra primitiva no congelador. Se existisse vida por aquelas bandas tinha que ser muito lenta a pensar e a mover-se devido às baixas temperaturas. Claro que tudo isto são apenas especulações e ninguém está à espera de encontrar vida em Titã. Mesmo assim, o problema das condições pré-bióticas em Titã vai ser abordado directamente pela sonda Huygens da Agência Espacial Européia (ESA), que em Janeiro 2005 vai descer através das nuvens de Titã e pousar na superfície. Mas enquanto a Huygens não chega, o Yepun, um dos 4 telescópios do VLT do ESO, vai tentando descobrir alguns dos segredos desta lua. Imagens feitas no infravermelho descobriram uma nova estrutura na superfície de origem desconhecida (manchas brilhantes na imagem da esquerda) e um novo fenómeno atmosférico no pólo Sul (mancha brilhante na imagem da direita). Numa altura em que VLT completa 5 anos de vida é uma boa prenda de aniversário.
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