Um dia quando a espécie humana desaparecer como todas as outras formas de vida que a precederam, este ponto de luz há-de habitar uma lua laranja. E um dia quando o silêncio perdurar sobre nós e os nossos feitos, este ponto de luz há-de continuar como lembrança da espécie que o produziu. É certo que já não será um ponto de luz, mas uma carcaça velha e corroída numa lua gelada. E um dia quando a Terra for apenas uma bola de pedra perdida no espaço e o Sol uma fornalha gigante no céu da Terra, tudo isto desaparecerá. E mesmo a carcaça velha não será nada no silêncio infinito do espaço. Nem ela nem a mãe dela que a transportou até Saturno. Quem lembrará então os seus feitos? Quem lembrará então este dia em que partiu rumo ao desconhecido? Silêncio, como o silêncio das partidas em que sabemos que quem parte nunca mais regressa. Mas aqui há alegria. Uma alegria pela partida, pela vontade de revelar novos mundos ao mundo.
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