28 dezembro 2004
O ponto de luz
Um dia quando a espécie humana desaparecer como todas as outras formas de vida que a precederam, este ponto de luz há-de habitar uma lua laranja. E um dia quando o silêncio perdurar sobre nós e os nossos feitos, este ponto de luz há-de continuar como lembrança da espécie que o produziu. É certo que já não será um ponto de luz, mas uma carcaça velha e corroída numa lua gelada. E um dia quando a Terra for apenas uma bola de pedra perdida no espaço e o Sol uma fornalha gigante no céu da Terra, tudo isto desaparecerá. E mesmo a carcaça velha não será nada no silêncio infinito do espaço. Nem ela nem a mãe dela que a transportou até Saturno. Quem lembrará então os seus feitos? Quem lembrará então este dia em que partiu rumo ao desconhecido? Silêncio, como o silêncio das partidas em que sabemos que quem parte nunca mais regressa. Mas aqui há alegria. Uma alegria pela partida, pela vontade de revelar novos mundos ao mundo.

 
posted by Jose Matos at 02:53 | Permalink |


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