Chove em Titã? Para quem acompanha estas coisas não é novidade. Já em 2000 tinham sido observadas nuvens de metano que se formavam e dissipavam diariamente, o que indicava precipitação sobre a superfície. Agora, os dados colhidos pela Huygens apontam no mesmo sentido, pois o chão onde a sonda aterrou (embora esteja seco) é mole e tem traços de ter estado molhado há algum tempo. É claro que ninguém viu chover, mas os indícios nesse sentido são fortes. Depois há canais ramificados que apontam no mesmo sentido. Portanto, parece que temos um ciclo de metano activo na lua. Como o ciclo da água na Terra. Ou seja, o metano evapora da superfície, forma nuvens e depois regressa ao solo na forma de chuva. E parece que há ilhas rodeadas por traços de material fluido. E parece também que há metano saindo da superfície de Titã para alimentar todo este ciclo. Calcula-se que não esteja à superfície, mas no subsolo saindo por algumas aberturas. Mas quando chove deve correr pela superfície formando pequenas poças e lagos. Como na savana depois da chuva ou no deserto. É claro que nunca estamos satisfeitos com o que vemos e há já quem fale num rover para Titã. E eu voto a favor. Devia ser uma missão a planear já. No entanto, Marte parece continuar no topo das prioridades e não vejo quando é que podemos ir a Titã novamente. É pena, pois havia muito para ver.
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