Os antigos diziam que os cometas eram mulheres de longas cabeleiras penteadas pelo vento para trás. Hoje sabemos que são fósseis de outras eras bem conservados desde a origem do sistema solar. Guardados para além de Plutão na chamada Nuvem de Oort estão bem protegidos pela distância dos efeitos da radiação solar ou de impacto de meteoritos. De tamanho pequeno também não sofreram grandes evoluções geológicas motivadas por calor interno. São, por isso, relíquias dos tempos primitivos. Vale a pena estudá-los por isso.

O Tempel 1 foi abordado recentemente pela sonda Deep Impact e a análise de dados revelou para já um cometa muito fofo. Quer isto dizer que o cometa é fofinho como um floco de neve e que a poeira e o gelo estão unidos por uma gravidade muito ténue. Tão ténue que se déssemos um salto em cima dele íamos parar ao espaço.

O relevo do cometa é diverso e varia de zonas muito lisas para zonas com crateras e até se notam escarpas nas zonas de transição entre os vários relevos. Foram também detectadas quantidades elevadas de moléculas com carbono, o que significa uma forte presença de matéria orgânica neste cometa. Estas e outras descobertas saíram no último número da Science (9 de Setembro) e são a primeira leva de artigos sobre a missão Deep Impact.

Um resumo das descobertas pode ser visto aqui.