10 abril 2004
Planetas num saco de plástico?
Como é que se faz um planeta rochoso como a Terra? Para começar é preciso matéria-prima. Gás e poeira servem muito bem. Depois é preciso misturar tudo e fazer com que a matéria se comece a juntar através de pequenas colisões, num processo a que chamamos acreção colisional. O processo de acreção consiste no ajuntamento de minúsculos grãos de poeira com cerca de um décimo de mícron pela acção de forcas electrostáticas. Estes grãos vão crescendo por colisão no meio da turbulência e da confusão que reina no disco protoplanetário. É claro que não se percebe ainda muito bem como é que partículas tão pequenas atingiram centímetros ou mesmo metros de diâmetro. No meio de tanta turbulência e impactos violentos é difícil perceber como é que não ficaram todas reduzidas a pó. Passar de pó a pedras é algo que ainda nos escapa. Uma experiência acidental feita na Estação Espacial em 2003, com sal, açúcar e borras de café mostrou que estas partículas quando agitadas dentro de um saco de plástico se juntam realmente em partículas maiores pela acção de forças electrostáticas. O problema é que não sabemos ao certo até que ponto grãos de sal e borras de café são representativos dos pedaços da matéria protoplanetária que queremos estudar? O mesmo se pode dizer em relação à densidade das partículas dentro do saco e à taxa de colisão observada. Será que são representativas daquilo que aconteceu no disco protoplanetário? Como se pode ver ainda não sabemos muita coisa sobre esta fase inicial de formação dos planetas. Mas pronto a notícia está aqui para quem quiser ler.
 
posted by Jose Matos at 15:25 | Permalink |


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