04 março 2005
O caso da estrela manhosa
Não é fácil determinar a massa e o raio de uma estrela. Mas quando se trata de um sistema binário e quando uma das estrelas eclipsa a outra temos a tarefa facilitada. O mesmo se aplica a planetas extra-solares que transitam à frente das suas estrelas. Podemos medir-lhe a massa e o raio. Existem várias buscas para tentar apanhar planetas extra-solares pelo método do trânsito, mas até hoje só 6 planetas foram detectados usando esse método. Grande parte dos candidatos acabam por se revelar estrelas de baixa massa do tipo anãs vermelhas. O que até acaba por se bom, pois também é útil estudar este tipo de estrelas. Sabendo a sua massa e o seu raio torna-se possível perceber melhor as suas características internas.

Numa destas buscas um grupo de astrónomos detectou uma estrela que tem uma pequena companheira. Trata-se de uma anã vermelha em torno da estrela OGLE-TR-122, uma estrela parecida com o nosso Sol. Esta anã vermelha (OGLE-TR-122b), que está na sequência principal, ou seja, no seu período de vida estável, é 96 vezes mais maciça do que Júpiter, mas é apenas 16% maior do que Júpiter em termos de raio. Ora isto é muito interessante, pois mostra que uma estrela que é capaz de fazer fusão do H no seu interior para produzir energia pode ser quase do mesmo tamanho de uma planeta gigante como Júpiter. Sendo assim, pode ser confundida com um planeta gigante. Ora para os caçadores de planetas extra-solares que usam trânsitos para os detectar é mais um problema para resolver. Ou seja, vão ter que saber quando é que estão a detectar um planeta gigante ou uma estrela manhosa como esta OGLE-TR-122b.

 
posted by Jose Matos at 17:13 | Permalink |


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