É uma coisa ainda pouca divulgada, mas a “Cosmic Vision” da ESA é uma visão interessante para o período que vai de 2015-2025. O programa é ambicioso e implica 7 missões a nível do sistema solar e 11 a nível de astronomia no geral. É claro que para uma agência que tem um orçamento anual de 360 milhões de euros, muitas destas missões não serão viáveis a não ser num quadro de cooperação internacional. Neste capítulo, está a missão a Marte de 2016, que tem como objectivo a recolha de amostras no solo e o seu envio para a Terra, que deverá ser feita em colaboração com a NASA. Vejo também que há intenção de lançar uma sonda para Júpiter e Europa, que provavelmente também será feita com os americanos. E para mim, seriam as missões mais interessantes.
Mas, entretanto, o programa a Marte (o Aurora) que tinha 900 milhões de euros para o período 2005-2009, já sofreu uma revisão em baixa e deverá ter apenas 600 milhões de euros até 2011. Isso vai fazer com que o orbitador previsto na missão Exomars seja cancelado e que a missão seja apenas a sonda de superfície e o rover.
Mas o Cosmic Vision ainda não foi aprovado pelos ministros da ESA e só deverá ser submetido em Dezembro para aprovação. Até lá vamos ver se não há reviravoltas. Depois até 2025, muita coisa acontecerá neste mundo e estou convencido que muita coisa será cancelada consoante os apertos financeiros.
Mas não nos deixa de fazer sonhar. É engraçado que o dinheiro do programa Aurora é o preço de dois submarinos.