27 maio 2005
2M 1207b
Esperava mais propaganda na Ciel et Espace de Junho sobre a primeira imagem de um planeta extra-solar. Mas vá lá foram comedidos e reportaram apenas o que era importante neste caso. E que o salta mais à vista no caso do 2M1207b é que a sua enorme distância à anã castanha (55 UA) e a sua massa (5 Mjup), apontam no sentido que não se tenha formado como um planeta normal por acreção, mas sim por colapso gravitacional de uma massa de gás à semelhança da anã castanha. Isto porque o eventual disco protoplanetário que a anã castanha tivesse à sua volta não teria capacidade para formar um planeta tão maciço tão longe da estrela. A densidade dos discos protoplanetários diminui do centro para a periferia e, portanto, não é viável a formação de um planeta com 5 massas de Júpiter a 55 UA da estrela principal.

Mas a UAI diz que qualquer corpo com menos de 13 massas de Júpiter deve ser considerado planeta e é mais por isso que o 2M1207b tem esse estatuto. Mas a forma como nasceu é típica das estrelas e não dos planetas. Isto mostra que a definição de planeta está longe de ser satisfatória e de responder a determinadas discrepâncias como esta.



Entretanto, a mesma equipa anunciou um outro candidato a planeta situado na estrela AB Pictoris a 150 anos-luz da Terra. Trata-se de um possível candidato com 13 Mjup, ou seja, no limite da definição de planeta com uma temperatura de 1700 K à superfície e uma idade de 30 milhões de anos. Mas a ser planeta é ainda mais exótico do que o 2M1207b. É que orbita a uma distância de 270 UA de AB Pictoris. Ora isto é muito longe da estrela principal (basta dizer que Plutão está a 40 UA do Sol). Será que o poderemos também considerar planeta? Ou será apenas uma anã castanha de baixa massa?
 
posted by Jose Matos at 13:30 | Permalink |


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