Tudo indica que vai estar bom tempo para a observação do eclipse. Aliás, este calor inesperado que chegou hoje é uma espécie de despedida do Verão, mas é também um bom sinal para os próximos dias. Vamos ter bom tempo, o que me dá uma imensa satisfação. Já agora uma página muito interessante com uma animação bem conseguida do eclipse. Já agora depois deste o próximo anular em Portugal será em Janeiro de 2028 e será visível no Algarve. No entanto, teremos em 2026, um total no norte de Espanha, que será acessível para nós dada a distância não ser muito grande.

Acontecem muitos encontros por esse mundo fora dos quais nunca ouvimos falar. Depois nem sempre encontramos material disponível na net. Ou quando encontramos está guardado de forma discreta como aqui.

Sexo sem gravidade. Sim, há-de ser o título de uma das minhas palestras futuras sobre o espaço. Já ando a magicar nisto há muito tempo e para o ano vou avançar com a ideia.

Pode ter sido um dos presidentes mais mentirosos da história da América. Mas disse uma coisa engraçada aos astronautas da Apollo 11 quando estes estavam na Lua: “Os céus tornaram-se uma parte do mundo humano”. É verdade e a frase toca um pouco cá dentro de nós.

O WinEclipse é um excelente programa de simulação de eclipses. Pode ser obtido aqui. Podemos ver que o último anular em Portugal foi no dia 17 de Abril de 1912 (Quarta-Feira) e que a sua zona de totalidade passou por Ovar e Aveiro.

O eclipse do Sol será visível em Aveiro a partir das 08h38m e atingirá o auge às 09h53m. O fim está marcado para as 11h16m. Na totalidade teremos 02h38m de duração e no máximo do eclipse veremos que 88,4 % da superfície solar ficará coberta pela Lua. Estarei em Bragança, mas o Dept. de Física realizará uma sessão pública de observação para quem estiver interessado.

Há 20 anos a Astronomy trazia na capa uma imagem artistica da Voyager 2 a passar por Úrano. O encontro estava previsto para Janeiro de 1986. No céu Mercúrio encontrava Marte. E o cometa Halley estava cada vez mais perto do Sol.

Agora percebo onde foram buscar a notícia do Marte a aquecer. Saiu há poucos dias no site da NASA, embora seja preciso muito cautela na sua análise. Agora entendo a razão da pergunta de ontem, pois certamente era baseado em alguma notícia que saiu nos jornais. É claro que mantenho o mesmo que disse ontem. O facto de se observar uma diminuição do tamanho dos depósitos de dióxido de carbono do pólo sul de Marte, não significa ainda muita coisa. Sabe-se que as calotes polares variam sazonalmente de tamanho consoantes as estações do ano ficando mais pequenas no Verão. O problema é que nós não temos ainda um registo longo destas variações para perceber se esta diminuição mais acentuada ao longo de 3 anos, se deve de facto a um aquecimento global ou outra razão qualquer. Ainda é cedo para perceber porque isso acontece. Mas o debate é interessante e sou capaz de o desenvolver aqui nos próximos dias. Falei com algumas pessoas da área. Vamos ver o que elas dizem.

Ontem, durante a minha palestra na FNAC, alguém da audiência comentou que os satélites à volta de Marte tinham detectado um aquecimento no planeta nos últimos 10 anos e que as calotes polares estavam a derreter e a recuar. Tive obviamente que contestar tal afirmação, pois não há qualquer razão para Marte estar a aquecer neste momento. Mas a pessoa continuava a insistir na teoria.

É óbvio que se trata de uma confusão, pois as variações de temperatura em Marte num período de 10 anos são sazonais devido à translacção do planeta ou então podem ser afectadas por tempestades de poeira, mas fora isso não há nenhuma razão para um aquecimento do planeta, pois não há libertação para a atmosfera de gases de efeito de estufa que possam aquecer o planeta, nem há variações na inclinação do eixo marciano que induzam alterações climáticas significativas.

Na resposta salientei que Marte é um planeta frio e que na verdade tem permanecido assim durante muito tempo. Se olharmos para a análise de meteoritos como o ALH 84001, os dados apontam para um Marte frio ao longo do tempo e onde as temperaturas poucas vezes passaram os 0ºC.

Portanto, é uma ideia descabida, mas parece-me que quem fez o comentário não ficou convencido.

Há noite, havia um debate previsto sobre “Luzes no Céu”, mas ao jantar percebi que o meu companheiro de debate já tinha sido raptado por extraterrestres e que estes lhe tinham ficado com os óculos. Decidi por isso vir mais cedo para casa e não participar em nada. São daqueles debates em que não dá para debater nada.

Já há muito tempo que não dava uma palestra na capital. Mas no próximo Domingo vou estar na FNAC do Colombo a falar sobre os últimos dias do Sol. A palestra é às 17h00. Vou também falar do eclipse. A revista Ciel et Espace de Outubro traz os óculos para observar.

Um simulador interessante de eclipses em italiano e página do CA 2000 sobre o eclipse de Outubro. E a página do Jorge Almeida também tem muita informação.

No próximo dia 3 de Outubro vou estar em Brangança para observar o eclipse do Sol. Trata-se de uma sessão no âmbito do Astronomia no Verão. O programa é o seguinte:

Domingo, 2 de Outubro de 2005

Teatro Municipal de Bragança

11h00 - Sessão de teatro para crianças, pela companhia A Barraca; História Breve da Lua, de António Gedeão

11h00 - Observação solar no terraço do Teatro Municipal

15h30 - Física Solar e eclipses

Painel: João Lin Yun e Rui Agostinho, Observatório Astronómico de Lisboa
João Fernandes, Observatório Astronómico de Coimbra
Paulo Crawford, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Moderador: Máximo Ferreira, Centro de Ciência Viva de Constância

18h00 Observação do céu ao anoitecer no terraço do Teatro Municipal


Segunda-feira, 3 de Outubro de 2005

8h30 – 11h30 Observação do eclipse

Terraço do Teatro Municipal de Bragança
Centro de Ciência Viva de Constância e FISUA

Escola Secundária Abade de Baçal
João Fernandes, Observatório de Coimbra

Escola Secundária Emídio Garcia
João Lin Yun e Rui Agostinho, Observatório Astronómico de Lisboa

Escola Secundária Miguel Torga
Máximo Ferreira, Centro de Ciência Viva de Constância

Quem fez esta face em Marte tinha concerteza sentido de humor. Devia ser um povo simpático, dado à brincadeira.

A sonda japonesa Hayabusa abordou ontem o asteróide Itokawa. A missão pode ser seguida aqui.

Para os fanáticos das missões Apollo. Tem muita informação sobre os mais variados produtos a respeito destas missões. Já agora um modelo muito interessante do Saturno V e a um preço razoável. Pode ser comprado aqui.

Esta foi descoberta por Robert O. Evans na Austrália. Evans é o maior caçador de supernovas do mundo e esta tem um certo gosto especial. É a 40ª supernova descoberta por ele. Apareceu na galáxia NGC 1559 a 50 milhões de anos-luz da Terra. Na imagem é a estrela mais brilhante situada no último braço em cima da galáxia.

Os antigos diziam que os cometas eram mulheres de longas cabeleiras penteadas pelo vento para trás. Hoje sabemos que são fósseis de outras eras bem conservados desde a origem do sistema solar. Guardados para além de Plutão na chamada Nuvem de Oort estão bem protegidos pela distância dos efeitos da radiação solar ou de impacto de meteoritos. De tamanho pequeno também não sofreram grandes evoluções geológicas motivadas por calor interno. São, por isso, relíquias dos tempos primitivos. Vale a pena estudá-los por isso.

O Tempel 1 foi abordado recentemente pela sonda Deep Impact e a análise de dados revelou para já um cometa muito fofo. Quer isto dizer que o cometa é fofinho como um floco de neve e que a poeira e o gelo estão unidos por uma gravidade muito ténue. Tão ténue que se déssemos um salto em cima dele íamos parar ao espaço.

O relevo do cometa é diverso e varia de zonas muito lisas para zonas com crateras e até se notam escarpas nas zonas de transição entre os vários relevos. Foram também detectadas quantidades elevadas de moléculas com carbono, o que significa uma forte presença de matéria orgânica neste cometa. Estas e outras descobertas saíram no último número da Science (9 de Setembro) e são a primeira leva de artigos sobre a missão Deep Impact.

Um resumo das descobertas pode ser visto aqui.

A edição portuguesa está esgotada há muito tempo e hoje é um livro de colecção. Mas na versão inglesa existe esta edição actualizada datada de 1997. É pena que a Gradiva não a publique.

E já agora por falar em Carl Sagan o "Cosmos" passou na pela 1ª vez na RTP em 1981. Já lá vão 24 anos. Muita gente começou a gostar de astronomia por causa desta série. Eu já gostava, mas fiquei a gostar mais ainda.

Um site a visitar. A parte do relógio cósmico está interessante.

Hoje o Espaço 1999 soa a algo extremamente infantil e inocente. Ao vermos as histórias e as personagens achamos um pouco ridícula a série e ficamos espantados com o nível de ingenuidade. É certo que é puro entretimento, mas soa a uma coisa para miúdos e não para adultos. Mas teve sucesso e mesmo hoje em dia os saudosos compram os DVDs. Mas a mim já me custa a ver, pois o grau de inverosímilidade com a realidade é tão elevado que não me entra cá no sistema. Mas gosto das roupas. Não estão muito longe de algumas coisas que vemos hoje na rua.

Um curso muito interessante sobre aeronáutica. E dois sobre cosmologia que já em tempos tinha aqui feito referência.