30 dezembro 2003
Martin Rees, o astrónomo real, comentava ontem o falhanço do Beagle de forma curiosa. Dizia ele que toda a equipa do Beagle estava de parbéns, pois fracassos, frisou, todos os que tentaram explorar Marte - EUA, Rússia e Japão - já tiveram e terão. E não deixa de ter razão como já tinha aqui dito.
 
posted by Jose Matos at 18:43 | Permalink | 0 comments
Hoje num banco enquanto levantava $$$$, o homem da caixa perguntou-me pelo Beagle 2. Fiquei admirado com interesse neste tipo de notícias. Depois voltou-me acontecer o mesmo numa farmácia aqui perto, quando me perguntaram a mesma coisa. É claro que tudo isto tem a ver com as minhas andanças televisivas, mas fico contente que as pessoas se preocupem com o destino daquela pequena lata que deve ter caído dentro de uma cratera marciana. E lá se foram 50 milhões de euros que me davam um grande jeito a mim.
 
posted by Jose Matos at 18:40 | Permalink | 0 comments
28 dezembro 2003


Adriana Calcanhoto

Estrelas
estrelas
para mim
para mim
estrelas

são para mim
estrelas para mim
estrelas
estrelas

para quê?
para quê?
para quê?

estrelas para mim
só para mim.

para mim
para mim
para mim

e a treva entre as estrelas
só para mim.
 
posted by Jose Matos at 01:47 | Permalink | 0 comments
27 dezembro 2003
Hoje enquanto esperava para entrar no Jornal da Tarde olhava para um papel com as missões a Marte e fazia as minhas contas. Das 37 missões lançadas até hoje apenas 10 foram bem sucedidas. Se o Beagle falhar será mais um número na longa lista de fiascos, mas não é espantar que assim seja. Afinal é a 1ª missão inglesa. Os russos e os americanos falharam as primeiras e muitas outras ficaram pelo caminho. A Rússia, por exemplo, nunca teve sorte e das 18 vezes em que tentou a sua sorte em Marte teve sempre azar. O número é esmagador. 18 missões falhadas. É terrível. Portanto, se esta falhar é bom que os britânicos não se deixem ir abaixo e pensem já no Beagle 3.
 
posted by Jose Matos at 21:00 | Permalink | 0 comments
26 dezembro 2003
Agora que o fim do ano se aproxima é altura de começar a pensar no seguinte. E 2004 vai ser um ano interessante diria mesmo muito interessante. É daqueles anos que esperamos com ansiedade. Seguem as datas mais importantes:

2 de Janeiro - A sonda Stardust chega ao cometa Wild 2.

4 de Janeiro - O 1º rover da NASA chega a Marte.

25 de Janeiro - Chegada do 2º rover da NASA.

23 de Abril - O cometa C/2002 T7 Linear atinge o periélio. Visível à vista desarmada de manhã.

4 de Maio - Eclipse total da Lua.

6 de Maio - Ponto mais próximo do cometa C/2001 Q4 Neat em relação à Terra. A 48 milhões de quilómetros deverá ver-se bem no céu. Será talvez o melhor cometa depois do Hale-Boop.

8 de Junho - Trânsito de Vénus em frente ao Sol. Será visível de manhã como foi o de Mercúrio. Só que este vai ser melhor.

1 de Julho - Chegada da Cassini-Huygens a Saturno.

20 de Julho - Os 35 anos da Apollo 11.

28 de Outubro - Eclipse total da Lua.
 
posted by Jose Matos at 02:39 | Permalink | 0 comments
O Beagle 2 continua sem dizer nada. Depois de duas tentativas de escuta, não chegou nenhum sinal até nós. É preciso calma digo eu cá para mim, mas espero que isto não seja outra Mars Polar Lander.
 
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24 dezembro 2003
Esperemos que este Natal nos traga boas prendas marcianas. Gostava mesmo disso.
 
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23 dezembro 2003
Uma notícia interessante que ainda não tinha aqui dado conta, mas que veio hoje com as astronovas do Observatório de Lisboa (OAUL). Aqui fica a notícia com a devida vénia ao OAUL.

Observatório Astronómico de Lisboa

SERÁ QUE O XMM-NEWTON PÔS EM CAUSA A ENERGIA ESCURA?

O observatório espacial de raios-X, XMM-Newton, forneceu novos dados enigmáticos
acerca da natureza do Universo. Na observação de enxames de galáxias distantes,
o XMM-Newton descobriu algumas diferenças estranhas entre os actuais aglomerados
de galáxias e os presentes no Universo há cerca de sete mil milhões de anos.
Alguns cientistas afirmam que este resultado pode significar que não existe a
chamada "energia escura", algo que recentemente se acredita ser o maior
constituinte do Universo.

Observações efectuadas a oito enxames distantes de galáxias, dos quais o mais
distante encontra-se a 10 mil milhões anos luz de distância, foram analisadas
por um grupo internacional de astrónomos liderados por David Lumb da ESA. Estes
enxames foram comparados com outros encontrados em locais mais próximos no
Universo.

Os enxames de galáxias são prodigiosos emissores de raios-X porque contêm uma
enorme quantidade de gás a temperatura elevada. Este gás rodeia as galáxias tal
como o vapor de água rodeia as pessoas presentes numa sauna. Através da medição
da quantidade e energia dos raios-X provenientes de um enxame, os astrónomos
podem determinar a temperatura do gás e a sua massa.

Teoricamente, num Universo onde a densidade da matéria é elevada, os enxames de
galáxias continuariam a crescer com o tempo e por isso, em média, deveriam
conter mais massa no presente que no passado.

Resultados recentes têm levado a maioria dos astrónomos a acreditar que vivemos
num Universo de baixa densidade no qual uma substância misteriosa, conhecida
como "energia escura", está presente em 70% do conteúdo do cosmos. Neste
cenário, cedo na história do Universo, os enxames de galáxias deveriam ter
deixado de crescer, e consequentemente parecerem virtualmente indistinguiveis
dos de hoje.

Os astrónomos do projecto Omega do XMM-Newton, preparam-se para apresentar
resultados que mostram que enxames de galáxias presentes no Universo longínquo
não são como os do presente. Estes primeiros aparentam libertar mais raios-X
que os actuais. Logo, é claro que a aparência dos enxames de galáxias foi-se
modificando ao longo do tempo. Estes resultados foram também utilizados para
calcular como a abundância destes objectos varia com o tempo. Um dos astrónomos
afirmou que existiam poucos enxames destes no passado.

Este resultado indica que o Universo tem de ser um ambiente de grande densidade,
em clara contradição com o modelo aceite actualmente, que defende um Universo
com mais de 70% de energia escura e matéria de densidade muito baixa. Esta
conclusão será bastante controversa na medida em que para estes resultados
poderem ser considerados, o Universo tem de possuir uma grande quantidade de
matéria, deixando pouco "espaço" para a energia escura.

Para o reconciliamento das observações do XMM-Newton com os modelos aceites, os
astrónomos teriam de admitir uma falha fundamental no seu conhecimento acerca do
comportamento dos enxames e, possivelmente, das próprias galáxias que o
constituem. Por exemplo, as galáxias dos enxames mais longínquos teriam de
injectar mais energia no gás que as rodeia do que é actualmente compreendido.
Esse processo iria sendo gradualmente reduzido à medida que o enxame e as
galáxias fossem envelhecendo.

Independentemente da maneira como os resultados possam ser interpretados, o
XMM-Newton forneceu aos astrónomos uma nova visão do Universo e um novo mistério
a ser desvendado. Em relação à possibilidade de os resultados estarem
simplesmente errados, estes estão no processo de serem confirmados por outros
observatórios de raios-X. Se estes devolverem a mesma questão, poderemos ter de
repensar a nossa compreensão do Universo.
 
posted by Jose Matos at 01:16 | Permalink | 0 comments
22 dezembro 2003
Um imagem interessante tirada no tempo da Pathfinder. Há mesmo vida em Marte.

 
posted by Jose Matos at 14:03 | Permalink | 0 comments
Faltam dois dias para o Beagle 2 e a Mars Express chegaram a Marte. Na madrugada de Natal a sonda fará a inserção em órbita e o Beagle atingirá a superfície. A trajectória da sonda pode ser vista aqui.

Espero que o Beagle tenha um bom pouso sem muitos saltos. Bem merece depois da longa viagem que fez. E aqui está ele com o seu ar simpático. Já agora convém dizer que Beagle é nome de cão, embora seja também o nome do barco que levou Darwin às Galapagos para fazer uma das maiores descobertas de todos os tempos: a evolução.
 
posted by Jose Matos at 03:37 | Permalink | 0 comments
Como é possível escrever uma canção tão estúpida! Mas por incrível que pareça é uma música que ainda passa na RFM, essa rádio nostalgia que só passa músicas fora de prazo. Mas em 84 andava toda a gente a ouvir isto e a curtir o som. Os Wham já acabaram, mas o Micheal continua e vai lançar um novo álbum para Março chamado "Patience". E realmente é preciso paciência para ouvir o tipo.

"Last christmas, I gave you my heart
But the very next day, you gave it away
This year to save me from tears
I'll give it to someone special
Once bitten and twice shy
I keep my distance, but you still catch my eye
Tell me baby, do you recognise me?
Well, it's been a year, it doesn't surprise me

(Happy Christmas)

I wrapped it up and sent it
With a note saying "I love you" I meant it
Now I know what a fool I've been
But if you kissed me now, I know you'd fool me again

A crowded room, friends with tired eyes
I'm hiding from you and your soul of ice
My god I thought you were someone to rely on
Me? I guess I was a shoulder to cry on
A face on a lover with a fire in his heart
A man undercover but you tore me apart (ooh, ooh)
Now i've found a real love, you'll never fool me again

(Gave you my heart)
(You gave me away)

(A face on a lover with a fire in his heart)
(A man undercover but you tore me apart)

(Maybe, next year)
(I'll give it to someone)
(I'll give it to someone special)

(I'll give it to someone)
(I'll give it to someone special)
Ooh, give me something in return
Hold my heart and watch it burn

(I'll give it to someone)
(I'll give it to someone special)

I thought you were here to stay
How can love be for a day?

(I thought you were someone special)

(Gave you my heart)

(I'll give it to someone)
(I'll give it to someone)

Last christmas I gave you my heart
You gave it away

(I'll give it to someone)
(I'll give it to someone)"
 
posted by Jose Matos at 03:31 | Permalink | 0 comments
21 dezembro 2003
E como é Natal....
 
posted by Jose Matos at 12:50 | Permalink | 0 comments
19 dezembro 2003
Esta manhã, a Mars Express da ESA libertou sem problemas o módulo de aterragem Beagle 2. O Beagle 2 encontra-se agora em viagem em direcção à superfície de Marte, onde está prevista a aterragem no dia 25 de Dezembro de manhã cedo. Vejam o site.
 
posted by Jose Matos at 18:59 | Permalink | 0 comments
15 dezembro 2003
Existe um pouco a ideia que a primeira pessoa a ver manchas no Sol foi Galileu. No entanto, isso não é verdade. Thomas Harriot, um astrónomo inglês foi o primeiro a fazê-lo entre Dezembro de 1610 e Janeiro de 1613. Mas como não publicou logo os resultados, acabou por ser ultrapassado por Galileu. Harriot foi também o primeiro a ver a Lua ao telescópio, embora os desenhos que fez das observações fossem muito toscos. Mas há registo que os chineses já tinham visto manchas no Sol em 28 a.C. durante o reinado do Imperador Cheng. Não só viram como as registaram. E assim foram eles os primeiros de todos para grande orgulho da nação chinesa.
 
posted by Jose Matos at 11:54 | Permalink | 0 comments
11 dezembro 2003
O meu amigo Rui Barbosa tem um excelente site sobre astronáutica. A ver com atenção.
 
posted by Jose Matos at 02:51 | Permalink | 0 comments
10 dezembro 2003
Nada há nada como um dia de Sol. Só é pena não durar sempre. Devia mesmo vir uma vaga de calor. Do tipo 30 graus em Dezembro.
 
posted by Jose Matos at 15:29 | Permalink | 0 comments
O Japão abandonou a sonda Nozomi que ia para Marte. A sonda já não tinha combustível para entrar em órbita em torno do planeta. A notícia vem no hoje no Público.



 
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09 dezembro 2003
Mais indumentária do Matrix. Acho que vou comprar os óculos, já que a roupa não é propriamente adequada para usar no dia-a-dia.
 
posted by Jose Matos at 13:25 | Permalink | 0 comments
Para quem gosta de Matrix. Até as roupas do Neo estão à venda
 
posted by Jose Matos at 13:20 | Permalink | 0 comments
08 dezembro 2003
Passei o Domingo a ler umas coisas sobre núcleo-síntese estelar e evolução de estrelas maciças. Vem isto a propósito de uma conversa com um amigo que me dizia ter ouvido numa palestra que as estrelas maciças não passam pela fase de supergigante vermelha. Ora, esta afirmação é apenas válida para estrelas muito maciças com mais 120 massas solares e com perda de massa. As outras passam embora por pouco tempo, como se pode ver pelo esquema.

 
posted by Jose Matos at 20:26 | Permalink | 0 comments
06 dezembro 2003
Saturno está agora no céu nocturno em Gémeos. É um planeta fantástico que receberá a visita de uma sonda dentro de meio ano. A sonda chama-se Cassini-Huygens e há um mês atrás tirou esta foto a 111 milhões de quilómetros do planeta.



 
posted by Jose Matos at 21:33 | Permalink | 0 comments
03 dezembro 2003
Parece que amanhã vamos ter um dia de Sol e de frio, mas na Sexta os aguaceiros vão continuar e o frio. Brrrrrr.
 
posted by Jose Matos at 14:45 | Permalink | 0 comments
Um artigo de opinião hoje no Público de Luis Fernandes tem algumas frases interessantes:

Um ditado da avó dele: "O mundo é uma bola, quem anda nele é que se amola"

E uma conclusão sobre a televisão: "Em suma, quanto mais mundo temos, mais por casa andamos - estranho efeito da hipnose televisiva. A televisão, afinal, pode ser uma droga. E cada um de nós tem em casa, por mais humilde que seja o lar, uma sala de injecção assistida... "
 
posted by Jose Matos at 14:34 | Permalink | 0 comments
A sonda Mars Express da ESA fez a sua primeira fotografia de Marte. Vai lá chegar pelo Natal. Vejam a notícia.
 
posted by Jose Matos at 14:24 | Permalink | 0 comments
E de Dave Kornreich em contradição com outras resposta já aqui expostas:

"It sounds like you're mixing up the concepts of a protoplanetary core in
Jupiter and Jupiter's density distribution. The article you reference is
referring to new data that might indicate that Jupiter did not form by first
forming as a rocky planet, then attracting gas from the nebula via gravity.
This would be the "rocky core" concept on Jupiter. But if such a core did
once exist, it would have long since been smashed into degenerate material,
like the rest of the interior of Jupiter.

That Jupiter has a small moment of inertia simply means that its density
increases with depth. That's a different statement than the use of the word
"core" in the article."
 
posted by Jose Matos at 14:23 | Permalink | 0 comments
Michelle Thaller do observatório de infravermelhos SIRTF:

"Hi there. It's no wonder you're confused -astronomers aren't sure
whether Jupiter has a solid core or not. Some scientists think their
data supports the idea, but others disagree. No one knows for sure. We
do know that Jupiter's mass implies that the core is much, much denser
and hotter than the cloud tops we observe, but no one knows if there is
a solid body inside. Maybe we'll figure that one out someday soon."

 
posted by Jose Matos at 02:29 | Permalink | 0 comments
As respostas ao problema do núcleo de Júpiter continuam. Curiosa esta que se segue embora não tenha conseguido indentificar o autor.

"When talking about Jupiter's core (or center), it gets a bit messy.
The center part is under such extreme pressure and temperature conditions
that it can techincally be a liquid but behave like a solid.
There are no conditions on Earth that can really match it.
The current belief is that there's no real dividing line marking where
the "core" of Jupiter ends and the outer layers begin. It's the same
material but it's just a constant increase of pressure and temperature
as one continues to the center. It's not like the Earth where
you can see the dividing line between the core and the mantle.
Since we can't find a dividing line, Jupiter doesn't really have a core. "

 
posted by Jose Matos at 01:55 | Permalink | 0 comments
01 dezembro 2003
Mais uma resposta à questão do núcleo de Júpiter de Britt Scharringhausen de Cornell.

"I agree that this is a surprising suggestion! I guess that Alan
Boss is right when he says " it takes a while for people to get
used to any new idea, including scientists." :)

Even if Jupiter is made entirely of hydrogen and helium, with no
heavier elements, it is possible for its core to be compressed so
strongly by its gravity that it would be dense enough for Jupiter
to have the observed moment of inertia. Our ideas about the
internal structure of Jupiter are largely theoretical. We can
only make measurements from the outside, and then try to
calculate what things are like on the inside. In general,
though, the measureuments we can do not specify precisely what
the interior is like. There are always a range of different
interiors that could satisfy the measurements. However, the more
data we get, the more we can constrain our models, so a smaller
the range of interiors will work--allowing us to zero in on what
the true structure of the interior is like.

I'll certainly be following this debate with great interest!
Thanks for bringing it to my attention!"
 
posted by Jose Matos at 16:51 | Permalink | 0 comments