16 agosto 2006
Mais planetas?
O que é um planeta? É uma questão que suscita debate há vários anos. Finalmente o comité responsável pelo assunto na União Astronómica Internacional (UAI) avançou com uma nova definição que vai ser discutida na reunião geral da UAI, que está neste momento a decorrer em Praga. A nova definição assenta em 4 critérios. Olhando à primeira vista parece-me que as coisas vão ficar mais confusas e que não tem grande sentido, por exemplo, promover Ceres a planeta, embora satisfaça o critério gravítico da forma redonda. Mas acho que nenhum asteróide por razões históricas devia ser promovido a planeta. O mesmo digo de Plutão. Seria mais fácil passá-lo a transneptuniano e ficarmos só com 8 planetas. Mas o mais espantoso é meterem Caronte nesta história. Afinal Caronte é um satélite de Plutão ou é um planeta?

Mas vejamos os critérios:

1) Um planeta é um corpo celeste que tem massa suficiente para que a sua gravidade modele uma forma esférica nesse mesmo corpo. Para se verificar esta situação deverá ser um corpo com 800 km de diâmetro e uma massa de 5 x 10*20 kg. Tem também que orbitar uma estrela e não ser uma estrela nem um satélite de um planeta.

(2) Há uma clara distinção entre os 8 planetas clássicos descobertos antes de 1900, que possuem órbitas quase circulares próximas do plano da eclíptica e os corpos descobertos mais recentemente que podem também ter o estatuto de planeta. Desta forma, Ceres também deve ser considerado planeta, podendo por razões históricas, ser chamado de planeta anão por uma questão de distinção em relação aos planetas clássicos.

(3) Plutão também é reconhecido como planeta assim como alguns dos transneptunianos descobertos recentemente. Mas como apresentam algumas diferenças em relação aos planetas clássicos passam a estar numa nova categoria de objectos planetários designada por “Plutões”.

(4) Todos os não planetas que orbitam o Sol serão designados como pequenos corpos do sistema solar.
 
posted by Jose Matos at 16:41 | Permalink |


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