06 junho 2004
O Ovni trouxe companhia
O OVNI TROUXE COMPANHIA

Não um, mas vários Objectos Voadores Não Identificados (OVNI) podem ter cruzado o céu de Portugal na noite de terça-feira. A Força Aérea Portuguesa (FAP) admite a possibilidade a partir da análise cruzada de relatos testemunhais. Mas o fenómeno mantém-se inexplicado, o que favorece as opiniões.

Alguns admitem ter-se tratado de uma visita de extraterrestres, enquanto a comunidade científica mantém a reserva, sustentando que o que não tem explicação natural no presente pode ser esclarecido em breve.

Quem observou o fenómeno, em vários pontos do País, não coincide sobre a direcção em que ‘aquilo’ seguia. Luís Jorge Pires, de 53 anos, afiança ter visto, perto do Nó de Vila Velha de Ródão da A23 (Torres Novas - Castelo Branco), um “objecto fusiforme envolto em fumo branco, mais parecido com vapor de água”, que “foi para Sul”. Outras testemunhas, em zonas diferentes, dão conta de um movimento para Norte.

A FAP analisou os vários relatos, alguns dos quais “muito precisos em termos tecnológicos”, revela o major Gonçalves, do Gabinete de Relações Públicas daquele ramo das Forças Armadas, confirmando o facto de as testemunhas não coincidirem quanto ao sentido de voo do objecto. As diferenças, aliadas à quase simultaneidade do avistamento em locais distantes, tornam provável a hipótese de existir mais do que um alvo.

Os dados obtidos através dos radares da FAP não invalidam a tese. “A informação radar indica que era possível terem sido vários alvos em posições e com rumos diferentes”, afirma o major Gonçalves, adiantando: “É natural que houvesse ainda mais objectos, não detectados.”

A informação coligida será arquivada até se excluírem as preocupações com a segurança e a defesa nacionais. Depois poderá ser partilhada com entidades ligadas à investigação científica, que já a solicitaram.

CEPTICISMO DE ASTRÓNOMO

O astrónomo Máximo Ferreira, coordenador do Observatório Astronómico de Constância, conta-se entre os “absolutamente cépticos” em relação ao fenómeno OVNI conotado com vida alienígena. “O mais provável é ter-se tratado de um meteoróide: uma ou várias pedrinhas que existem no espaço”, sustenta, sem eliminar a possibilidade de queda de fragmentos de um satélite ou de uma aeronave. Máximo Ferreira afirma jamais ter observado o que fosse de inexplicável no céu e ironiza: “Os extraterrestres não aparecem aos cientistas.”

Mas o docente investigador do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) Fernando Monteiro, especialista em meteoritos, garante que não foi um que cruzou o céu na noite de terça-feira: “Se fosse um meteorito, o fenómeno luminoso não teria durado tanto tempo.” O professor opta pela designação “não identificado” na acepção literal. “99 por cento dos fenómenos astronómicos tem explicação imediata. Um por cento não. Isso não significa que não exista uma causa natural. Até a descobrirmos, são OVNI.”

CM
 
posted by Jose Matos at 20:49 | Permalink |


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