Embora não seja minha intenção maçar-vos mais uma vez com esta coisa do limite do espaço exterior, há mais umas coisas que gostaria de dizer a este respeito. Em primeiro lugar, que sou um adepto da teoria espacialista, que defende que o espaço exterior pode ser delimitado com base em critérios físicos. Uma das críticas contra esta teoria é de que não existe nenhum critério satisfatório que possa ser tomado em conta para definir tal limite. Mas sobre isto diria que não tem havido é vontade política para o fazer. Acho que se podem usar dois critérios para definir o espaço exterior e que são convergentes. Um deles é a teoria do baixo perigeu, que defende que a fronteira que marca o espaço exterior corresponde ao ponto mais próximo da Terra que um satélite consegue atingir. Actualmente este ponto é de 96 km atingido pelo Skynet 2A e é natural que não desça muito abaixo disto, devido à resistência da própria atmosfera. Ora este valor está próximo dos 100 km e tem a vantagem de não pôr em causa qualquer tipo de actividade espacial nem interferir com actividades aéreas. Por outro lado, é um critério que converge com a teoria aerodinâmica que defende que o espaço exterior corresponde à região em que engenhos terrestres podem movimentar-se sem propulsão artificial e sem grande resistência atmosférica, regidos unicamente pelas leis da Física. Por outro lado, a existência de uma definição rígida não significa que no futuro não pudesse haver uma revisão desse valor de forma a adequá-lo a novos desenvolvimentos tecnológicos ou a novos cenários. Portanto, o que me parece claramente é que tem havido discussão a mais e pouca capacidade de decidir. Certos países parecem mais interessadas em proteger os seus mesquinhos interesses do que em chegar a um consenso alargado sobre esta matéria. Daí que o valor dos 100 km acabou por se tornar num valor consentido informalmente, embora não tenha uma validade jurídica. Mas esta simples questão mostra mais uma vez que a chamada “comunidade internacional” é uma grande ficção em muitas áreas onde é preciso decidir. É notório que muitos países preferem que não haja decisão nenhuma e que tudo fique como está numa espécie de limbo. Portanto, este é um tema em que discussão científica foi há muito substituída pela política.
oi eu não entendo nada de astronomia mas lendo o seu blog fiquei muito surpresa pela aula de história tbm muito bom gosto o seu pela astrónomia parabens ...