Devo confessar que na altura não dei a devida a importância à notícia. Em 18 de Outubro, um grupo liderado por George Rieke da Universidade do Arizona anunciou que tinham descoberto a existência nuvens de poeira à volta de estrelas com 10 a 100 milhões de anos de idade, onde pelos vistos continua a decorrer a formação de planetas através de processos de acreção. Ora era de esperar que os processos de formação planetária em estrelas com 100 milhões anos já tivessem decorrido e que já não fosse possível encontrar em estrelas desta idade nuvens de pó resultantes das colisões entre corpos rochosos. A sua existência mostra que os processos de acreção e colisão podem demorar 100 milhões de anos até à formação de planetas, ou seja, parecem estar de acordo com aquilo que vemos nos modelos de simulação. Ora um dos problemas que a teoria da acreção tinha para explicar a formação dos planetas era justamente a falta de tempo, dado que não se viam discos de poeira em estrelas com 100 milhões de anos. A sua existência reforça obviamente a teoria da acreção e diz-nos que este processo pode ser demorado tal como acontecia nas simulações em computador quando se tentava recriar este processo. É claro que isto não significa que o modelo da acreção esteja completamente certo, mas é uma boa descoberta para percebermos melhor como é que os planetas nasceram.
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