20 outubro 2004
A expansão cósmica
Sabemos que o Universo está em expansão. Á medida que o tempo passa o espaço entre as galáxias vai crescendo e tudo se afasta. A constante de Hubble define essa taxa de expansão. Estimativas correntes apontam que o valor desta constante é de 73 km/s/Mpc. O que significa isto aqui no meu quintal? Bem, vamos fazer umas contas para perceber.

Bem, para facilitarmos a nossa visão do problema, vamos reduzir um megaparsec a quilómetros: 1 Mpc = 3,08 × 1019 km. Se fizermos agora uma redução para segundos para ver qual é a porção de espaço que expande em cada segundo vemos que: H = 73 (km/s) / (3,08 × 1019 km). Isto é: H = 2,3 ×10-18 s-1

Isto significa que a cada segundo que passa, o espaço fica maior: 2,3 ×10-18 vezes. É pouca coisa, mas num ano existem 31,6 milhões de segundos. Isto quer dizer que durante um ano a expansão do Universo será 31,6 milhões de vezes maior do que a fracção calculada para um segundo, ou seja, (31, 6 × 106) × (2,3 ×10-18) = 7,2 × 10-11 a-1

Ora passando isto para nanómetros podemos dizer que a constante de Hubble é = 72 (nm/a)/km. Ou seja, por cada ano que passa, cada quilómetro de espaço fica 72 nanómetros maior. Ora se eu vos disser que o tamanho de um vírus varia entre 20 e 250 nanómetros, já podem perceber que este valor é mais ou menos o tamanho de um vírus. Portanto, por aqui se percebe a razão de não sentirmos a expansão cósmica em pequenas escalas. Mas para quem pensava que ela não existe entre, por exemplo, duas casas a um quilómetro uma da outra aqui está uma prova de como estava enganado. Ou seja, para o ano uma casa que esteja a um quilómetro da minha estará um vírus mais longe. São coisas destas que aprendemos no Origens.
 
posted by Jose Matos at 01:15 | Permalink |


0 Comments: