Há público para mais livros sobre cosmologia? Se olharmos para o panorama editorial parece que sim. De facto, é incrível como é que um assunto tão batido rende tanto. Afinal todos os livros neste domínio falam sempre do mesmo. O Big Bang, a expansão do Universo, os universos paralelos, a inflação cósmica, a física de partículas, a radiação cósmica de fundo, a formação das galáxias, a matéria negra, a energia escura etc., etc.
Portanto, é sempre mais do mesmo. Mas, mesmo assim, as editoras não desistem de os publicar e os autores também não desistem de os escrever. Por cá também não fugimos muito a esta tendência importada. Afinal o que fazemos é traduzir tirando uma excepção ou duas. Só a
Gradiva (que possui uma vasta tradição nesta área) possui cerca de 20 livros publicados sobre tópicos cosmológicos. Mas outras editoras também têm seguido a mesma tendência nas suas colecções de ciência. Portanto, estamos cheios de cosmologia. Não significa isto que não seja um tema cativante. Aliás, não é fácil falar de uma forma clara sobre as origens do Universo. Quem o consegue fazer num livro tem obviamente que ter jeito.
Mas gostava obviamente de ver outras coisas tratadas nos nossos livros de astronomia. O caso dos planetas é um caso exemplar. Um tema tão actual que pouca atenção tem merecido entre nós. Existem 2 ou 3 livros sobre planetas, o que é espantoso. O caso da Lua é outro igual. Tanta coisa publicada sobre a Lua lá fora e nada cá. E podia citar uma série de outros temas que deviam merecer mais atenção das nossas editoras. Mas é o que temos. Voltarei ao assunto brevemente na questão da cosmologia.